Economia
Estados acabam com congelamento de ICMS dos combustíveis
Fórum de governadores diz que período de congelamento provou que estados não têm relação com altas constantes.
Campo Grande News
16 de Janeiro de 2022 - 19:11
O Comsefaz (Conselho Nacional de Secretários de Estado de Fazenda) decidiu encerrar o congelamento da alíquota do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre os combustíveis. A medida vale a partir de fevereiro.
O descongelamento foi motivado pelo aumento do preço dos combustíveis autorizado pela Petrobras na semana passada. No primeiro reajuste em 77 dias, a gasolina subiu 4,85%, e o diesel aumentou 8,08%.
Nos últimos meses, o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL) atribuiu aos estados parte da culpa pelos aumentos dos combustíveis. O governo federal quer que o ICMS seja cobrado como um preço fixo por litro, como ocorre com os tributos federais.
Atualmente, o ICMS é calculado como um percentual do preço final. Isso faz com que o imposto flutue conforme os preços nas bombas, subindo quando a Petrobras reajusta os preços nas refinarias e baixando quando ocorre o contrário.
Os governadores consideram o projeto paliativo e defendem a criação de um fundo de estabilização dos preços dos combustíveis, que evitaria repasses ao consumidor e, ao mesmo tempo, bancaria eventuais prejuízos da Petrobras quando o preço internacional do petróleo e o dólar sobem.
Críticas
O governador do Piauí, Wellington Dias, que preside o Fórum Nacional de Governadores, disse que o período em que o tributo ficou congelado provou que os gestores estaduais não eram os “vilões” das constantes altas e não poderiam mais abrir mão de receita.
“Se dizia a todo instante que o problema do preço dos combustíveis era o ICMS aplicado pelos estados. Provamos que não. Segundo lugar, havia uma trégua para chegar ao entendimento para a aprovação da reforma tributária. Isso também não aconteceu”, declarou Dias em vídeo publicado no sábado (15).
“Por outro lado, a Petrobras seguiu dando reajustes e mais reajustes no combustível. Então, se o objetivo era encontrar solução e portas foram fechadas, o Fórum dos Governadores reagiu. Se não é possível ter um entendimento, porque então estamos abrindo mão de receitas para ações para o nosso povo?”, questionou.