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Economia

Geada, seca e chuva reduz produtividade em 35% do milho safrinha em Sidrolândia

O produtor que esperava colher 60 sacas por hectare, agora trabalha com um cenário de colher em média 39 sacas

Flávio Paes/Região News

07 de Julho de 2011 - 23:23

Geada, seca e chuva reduz produtividade em 35% do milho safrinha em Sidrolândia
Geada, seca e chuva reduz produtividade em 35% do milho safrinha em Sidrol - Foto: Marcos Tom

Em Sidrolândia a combinação de três fenômenos climáticos registrados sucessivamente – a chuva em fevereiro que atrasou o plantio,  40 dias seca entre abril e maio, que comprometeram o desenvolvimento da planta e as geadas de junho – afetou  a produção do milho safrinha  com queda de 35% da produtividade  (15% com a geada e 20% com a estiagem).

Tomando como base a cotação atual do milho, R$ 26,00 a saca, serão R$ 4,3 milhões (exatos R$ 4.368.000,00) que  deixarão de circular  na economia sidrolandense. O valor corresponde a comercialização de 1 milhão e 680 mil sacas de 60 quilos que não  serão colhidos. O banque financeiro não é ainda maior porque o preço do grão hoje é 116% maior do que era praticado na mesma  época do ano passado, quando a saca era negociada a R$ 12,00. 

Este dinheiro que foi literalmente para o ralo por conta dos humores da natureza, equivale a quase uma receita mensal da prefeitura. É suficiente para construção de 100 casas populares de 42 metros quadrados, incluindo infraestrutura de água, luz, pavimentação e drenagem.  Lembre-se que este será o segundo baque de rentabilidade do agronegócio só neste ano.

A chuva do início de 2011 reduziu em até 50% a produtividade da soja.  Com perda, mais de R$ 132 milhões deixaram de circular na economia. Pelos cálculos do secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Nilo Servo, o produtor que esperava colher 60 sacas por hectare, agora trabalha com um cenário bem mais pessimista, devendo colher em média 39 sacas. 

Projetando-se esta perda de 21 sacas por hectare pelos 80 mil plantados com milho é que se chega aos 3 milhões e 120 sacas perdidos. Ao invés das esperadas 4,8 milhões de sacas, 60 por hectare, com faturamento bruto estimado em R$ 12,4 milhões, os produtores terão de se conformar com a venda de 3,1 milhões de sacas, com projeção de faturamento no valor de R$ 8,1 milhões.   

A perda econômica decorrente da redução da área plantada (de 85 para 80 mil hectares) e da queda na produtividade será neutralizada pelo aumento de 116%  no preço de mercado do grão (de R$ 12,00 para R$ 26,00 a saca de 60 quilos).  Na safrinha do ano passado, tomando como base os R$ 12,00 obtidos por saca, a comercialização do milho garantiu um rendimento bruto de  R$ 7,6 milhões. O preço baixo de 2010  desestimulou muitos produtores que reduziram a área plantada..

Um estudo da Fundação MS de Maracaju, mostrou que o custo de produção do milho  aumentou 8,9%, passando de R$ 907,39 para R$ 915,50 o hectare (R$ 16,34 por saca) enquanto a rentabilidade bruta deve ficar em R$ 1.456, ou seja, um lucro líquido de R$ 540,50.,

Pelos cálculos da Fundação as perdas na safrinha de milho no Estado  chegará a R$  200 milhões,  com  queda de até 20%  na produção.  Maracaju, maior produtor de milho safrinha do Mato Grosso do Sul é o que deve ser mais afetado, com perdas de mais de R$ 38 milhões. As plantações ocorridas depois de 15 de março são as que mais sofreram com os danos e podem representar uma quebra de produtividade em torno das 612 mil toneladas de grãos em mais de 300 mil hectares afetados.

No entanto, a Fundação MS afirma que ainda é cedo para mensurar com exatidão as perdas. As chuvas que ocorreram após as geadas dificultam os levantamentos e a previsão de geada para esta semana ainda pode aumentar os danos nas áreas já afetadas.