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Economia

Influenciado pelo agronegócio, PIB fecha 2023 com alta de 2,9% no Brasil

A agropecuária registrou crescimento de 15,1% e bateu recorde.

Correio do Estado

01 de Março de 2024 - 09:55

Influenciado pelo agronegócio, PIB fecha 2023 com alta de 2,9% no Brasil

A economia brasileira fechou o ano de 2023 com crescimento acumulado de 2,9%, apontam dados do PIB (Produto Interno Bruto) divulgados nesta sexta-feira (1º) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Na mediana, analistas consultados pela agência Bloomberg projetavam alta de 3% para o período de 12 meses.

Considerando somente o quarto trimestre de 2023, o PIB ficou estagnado (0%) em relação aos três meses imediatamente anteriores, disse o IBGE. Nesse recorte, a expectativa mediana de analistas era de variação de 0,1%, conforme a Bloomberg.

O ano de 2023, o primeiro do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi marcado pela ampliação da safra agrícola. Assim, o PIB contou com impulso da agropecuária, especialmente no início do ano passado.

A atividade econômica também foi beneficiada em 2023 pela retomada do mercado de trabalho. A abertura de empregos e a melhora da renda, aliadas à trégua da inflação, ajudaram o consumo.

O governo ainda apostou em medidas como a transferência de recursos via Bolsa Família para camadas mais pobres da população. O patamar elevado dos juros, por outro lado, representou um entrave para um avanço maior do consumo. O ciclo de cortes da taxa básica, a Selic, só teve início em agosto.

Com os juros altos e o fim da safra de grãos, a economia deu sinais de perda de ritmo na segunda metade de 2023. Mesmo assim, o PIB fechou o ano passado com um desempenho superior ao projetado inicialmente por analistas.

Ao final de 2022, o mercado financeiro esperava um crescimento de apenas 0,8% para o acumulado de 2023, conforme a mediana do boletim Focus, divulgado pelo BC (Banco Central). As previsões foram ajustadas para cima ao longo do ano.

CENÁRIO DE DESACELERAÇÃO EM 2024

Para o PIB de 2024, a expectativa, por ora, é de desaceleração. Analistas do mercado projetam um avanço de 1,75%, segundo a mediana da edição mais recente do Focus, publicada na terça (27) pelo BC.

As estimativas, contudo, vêm subindo. Ao final de 2023, por exemplo, o mercado esperava um crescimento de 1,52% para o PIB de 2024.

Neste ano, a atividade econômica não deve contar com o mesmo impulso da agropecuária, já que fenômenos climáticos extremos jogam contra a produção no campo. O Brasil viveu episódios como ondas de calor, seca e tempestades em regiões produtoras nos últimos meses.

Os juros, por outro lado, estão em ciclo de queda. O corte é visto como possível estímulo para o consumo em 2024, incluindo o de bens de maior valor agregado, dependentes de financiamentos.

AGRONEGÓCIO

A agropecuária registrou crescimento de 15,1% e bateu recorde no acumulado do ano de 2023 no PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil, apontam dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O setor de serviços, por sua vez, teve alta de 2,4% no ano passado, enquanto a indústria avançou 1,6% . Os três setores compõem o PIB pelo lado da oferta de bens e serviços.

Em 2023, a economia nacional teve impulso do aumento da safra de grãos, cujo efeito no PIB está mais localizado no início do ano.

Segundo analistas, o desempenho positivo da agropecuária também espalhou estímulos para outras atividades, como os serviços de transportes.

Em 2024, projeções indicam que a safra não deve alcançar o mesmo patamar do ano passado, já que o Brasil viveu fenômenos climáticos extremos nos últimos meses, como ondas de calor, seca e tempestades em regiões produtoras.

No caso dos serviços, fatores como a abertura de empregos, a melhora da renda e a trégua da inflação beneficiaram o consumo no segmento em 2023.

O setor representa o principal componente do PIB pela ótica da oferta, com peso de cerca de 70% no indicador. Os serviços envolvem negócios diversos, desde transportes, atividades financeiras e de educação até comércios, bares, restaurantes e hotéis.

A indústria, por sua vez, também contou com a melhora do mercado de trabalho como estímulo em 2023, mas ainda sofreu com o nível elevado dos juros. As altas taxas encareceram o consumo de bens, principalmente os de maior valor agregado.

Em uma tentativa de incentivar a indústria, o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lançou neste ano um plano de estímulos para o setor.

Uma ala de economistas, entretanto, criticou a iniciativa, por enxergar o retorno de práticas já adotadas sem sucesso em gestões anteriores do PT.