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Economia

Maracaju pode ter prejuízo de R$ 32,8 milhões na safra do milho

município de Maracaju, considerado o maior produtor de milho safrinha do Mato Grosso do Sul, pode ter perdas na produção de até R$ 32,8 milhões.

Dourados News

06 de Julho de 2011 - 09:34

Município que mais investe em implementos e técnicas agrícolas e desfruta de títulos como o de maior produtor de algumas culturas em Mato Grosso do Sul, Maracaju tem enfrentado um inimigo implacável: o clima.

Entre os meses de fevereiro e março deste ano, a produção de soja em Maracaju teve perdas em decorrência do período constante de chuvas que assolaram a região. Tão logo acabou a safra, que prometia bater recordes, mas teve terminou com perdas de até 40%, os produtores partiram para o próximo plantio, o milho safrinha.

Mas um período de seca de pelo menos 40 dias, seguido agora por constantes baixas na temperatura, com o registro de geadas, culminou em mais um desastre para a produção.

No inicio desta semana, a Fundação MS, órgão especializado em pesquisa agropecuária, divulgou um balanço das previsões na safra do milho após o frio que assola o Centro Sul do Estado. O município de Maracaju, considerado o maior produtor de milho safrinha do Mato Grosso do Sul, pode ter perdas na produção de até R$ 32,8 milhões.

A grande causa do possível prejuízo são as geadas que ocorreram nas regiões central e sul do Estado na semana passada, somadas a seca enfrentada pelas lavouras antes do frio chegar. Ainda segundo a Fundação, os prejuízos na lavoura de milho podem chegar a R$ 200 milhões se somados os municípios mais atingidos.

As plantações ocorridas depois de 15 de março são as que mais sofreram com os danos e podem representar uma quebra de produtividade em torno das 612 mil toneladas de grãos em mais de 300 mil hectares afetados.

A Fundação MS, porém, afirma que ainda é cedo para mensurar com exatidão as perdas. As chuvas que ocorreram após as geadas também dificultam os levantamentos. A previsão de geada para esta semana ainda pode aumentar os danos nas áreas já afetadas. A estimativa é que a média produtiva sofra queda de até 20% em todo Estado.

Além de Maracaju, Sidrolândia, Rio Brilhante e a região da Grande Dourados engrossam a lista dos municípios que sofrem com o frio.

O município, porém, parece estar acostumando com esse tipo de situação, mas ainda são duras as penas em virtude de prejuízos como este. O impacto que a perda na produção de soja representou no início do ano foi grande para a economia, que tem pelo menos 82% do dinheiro circulando em virtude da agricultura.

O prefeito Celso Vargas, que estava em Brasília nesta terça-feira (5) buscando investimentos para a educação, falou novamente do problema que o município enfrenta principalmente com relação a arrecadação em situações como essa. Segundo Celso, o efeito cascata é sentido em grandes proporções em todos os setores. “O produtor despeja uma quantidade enorme de dinheiro na economia e ainda investe na produção e derepente com a perda da produção, perdemos todos”, disse, lembrando que deve haver novamente uma ação conjunta para aliviar os danos.

“O importante é se unir para que os efeitos sejam os menores possíveis”, disse Celso Vargas, repetindo o discurso de antes, quando Maracaju decretou situação de emergência em decorrência das chuvas.

O presidente da Famasul (Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), Eduardo Riedel, discursou em tom de ‘prevenir é melhor que remediar’. Segundo ele, com tamanha influência climática na agricultura, a única saída em proteção ao produtor é uma melhor política de segurança. “As perdas só não são maiores porque o produtor desfruta hoje de alta tecnologia. O seguro rural é uma saída”, comentou.