Economia
Petróleo sobe 4% após ataque dos EUA e Reino Unido
Bombardeio teve como alvo rebeldes Houthi; operação reaviva temor de conflito em larga escala.
CNN Brasil
12 de Janeiro de 2024 - 09:40
Os ataques aéreos liderados pelos Estados Unidos contra alvos Houthi no Iêmen abalaram os mercados de energia na sexta-feira (12), elevando acentuadamente os preços do petróleo.
O petróleo bruto dos EUA subiu 4,2%, para US$ 75 (R$ 365,61) o barril, nas negociações recentes. O petróleo Brent, referência mundial, saltou 4% e ultrapassou o nível de US$ 80 (R$ 389,98) o barril.
A alta vem em decorrência dos bombardeios realizados pelos EUA e pelo Reino Unido no Iêmen, em resposta aos ataques Houthi a navios comerciais no Mar Vermelho.
A operação contra o grupo apoiado pelo Irã levanta o temor de um conflito regional que poderá abalar o fornecimento de petróleo do Oriente Médio.
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“A probabilidade de arrastar vários países produtores de petróleo para o conflito é definitivamente maior hoje do que era ontem. E foi mais alto ontem do que no dia anterior”, disse Robert Yawger, vice-presidente de futuros de energia da Mizuho Securities.
Outra preocupação é que as instalações petrolíferas na Arábia Saudita possam ser atingidas por um ataque retaliatório dos Houthis.
Em 2019, cerca de 5% do fornecimento mundial de petróleo foi temporariamente interrompido após um ataque de drones em grande escala contra plataformas sauditas.
“Quando você começa a atacar instalações em terra no Iêmen, isso leva as coisas para o próximo nível”, disse Yawger.
Apesar dos ganhos de sexta-feira, os preços do petróleo permanecem mais baixos do que antes dos ataques de 7 de outubro do Hamas contra Israel devido a preocupações com o excesso de oferta.
Os preços inicialmente subiram acentuadamente na quinta-feira, depois que o Irã apreendeu um petroleiro no Golfo de Omã. No entanto, esses ganhos desapareceram mais tarde.
“Há uma batalha diária entre os fundamentos e a geopolítica”, disse Matt Smith, analista-chefe de petróleo da Kpler.
“O cenário fundamental é sazonalmente fraco mas, por outro lado, temos preocupações e incidentes contínuos no Mar Vermelho, e agora perto do Estreito de Ormuz, dois dos pontos mais cruciais [para o comércio] marítimo do mundo.”