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Economia

PIB estadual deve crescer mais de R$ 14 bilhões em dois anos

Para 2023, a projeção é de que MS amplie em 5% a soma das riquezas e tenha o maior crescimento do Brasil.

Correio do Estado

27 de Agosto de 2022 - 08:12

PIB estadual deve crescer mais de R$ 14 bilhões em dois anos
Foto: Divulgação

Mato Grosso do Sul aumentou o Produto Interno Bruto (PIB) em mais de R$ 40 bilhões nos últimos três anos, e a projeção é de fechar o biênio 2022-2023 com crescimento de mais de R$ 14 bilhões. Conforme já publicado pelo Correio do Estado na edição de 12 de agosto, neste ano, o Estado terá o segundo maior crescimento do País, segundo levantamento realizado pela Tendência Consultoria.

Ainda de acordo com a consultoria, para o ano que vem a projeção é de que o Estado tenha o maior crescimento do País, com 2,3%. A gestão estadual concorda que será o maior crescimento do Brasil, mas discorda em relação ao tamanho da ampliação.

“Para 2023, eles estimam que Mato Grosso do Sul cresceria 2,3%, com o maior crescimento do País para o ano que vem. Nós entendemos o seguinte: vai crescer 5%”, afirmou o titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck.

O secretário justificou que o otimismo se deve aos investimentos bilionários que recentemente foram anunciados no Estado, principalmente no setor agroindustrial. “Provavelmente eles não computaram os investimentos da Arauco e o crescimento de algumas agroindústrias. Então, nossa estimativa interna aponta que, em 2023, em vez de 2,3%, o Estado crescerá 5%”. Com crescimento de 9,6% em dois anos, Mato Grosso do Sul deve ampliar a soma de toda sua riqueza em R$ 14,7 bilhões.

De acordo com o último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a soma de todas as riquezas de Mato Grosso do Sul era de R$ 106,9 bilhões em 2019. Sem considerar o crescimento de todo o ano vigente, atualmente, o PIB já atinge R$ 150 bilhões, conforme o secretário Jaime Verruck.

Considerando os 4,6% de incremento neste ano e os 5% projetados para 2023, a soma de todas as riquezas do Estado chegará a R$ 164,7 bilhões.

INVESTIMENTOS

Entre os principais investimentos que impactarão a economia estadual estão as duas fábricas bilionárias de celulose. São os dois maiores investimentos em indústrias projetados até o fim desta década. As duas plantas do setor florestal estão localizadas na região leste do Estado, sendo uma em Ribas do Rio Pardo e outra em Inocência.

O projeto Cerrado, da Suzano Papel e Celulose, é o maior canteiro de obras em operação no País. Com investimentos de R$ 19 bilhões, a fábrica localizada em Ribas do Rio Pardo, distante 102 km de Campo Grande, começou a ser construída em 2021.

A indústria, quando em operação, terá a capacidade de produzir 2,55 milhões de toneladas de celulose por ano e investimento total de R$ 19,3 bilhões. Conforme o grupo, serão três mil empregos diretos e indiretos quando a indústria estiver em pleno funcionamento e outros 10 mil durante a fase de construção.

As obras foram iniciadas no ano passado, e a projeção é de que a planta entre em operação em 2024.

Outro empreendimento do mesmo porte foi anunciado em junho deste ano. O projeto Sucuriú, da multinacional chilena Arauco, será instalado na cidade de Inocência, a 331 km da Capital.

Com investimentos orçados em R$ 15 bilhões (US$ 3 bilhões), a planta também terá capacidade de processamento de 2,5 milhões de toneladas de celulose por ano.

A construção da fábrica começará em 2024, e a indústria deve entrar em operação em 2028. Quanto à geração de empregos, serão cerca de 600 diretos e indiretos no início da operação e outros 12 mil na fase de obras.

De acordo com o secretário da Semagro, o projeto já está em andamento. As outorgas de recursos hídricos já foram assinadas, o termo de acordo de incentivos já foi assinado e publicado. Ainda segundo Verruck, foi apresentado o pré-projeto do aeroporto municipal onde a prefeitura adquiriu a área, que será finalizado até dezembro, além da apresentação do plano estratégico de reordenamento territorial.

“Estamos preparando a cidade para o novo investimento e a transformação econômica. Esse empreendimento transforma toda a região e consolida o Mato Grosso do Sul como o ‘vale da celulose’ mundial. Com isso, gerará milhares de empregos e, principalmente, mudará a vida de muitas famílias, com melhor renda e capacitação”, diz Verruck.

ECONOMIA  

O Estado acumula saldo positivo em mais de 30 mil empregos criados em seis meses, um recorde, de acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged).

Dados da Junta Comercial de Mato Grosso do Sul (Jucems) apontam que, de janeiro a agosto deste ano, foram abertas 8.944 empresas, média de 1.118 por mês. O número também é o maior da série histórica, iniciada nos anos 2000.

O doutor em Economia Michel Constantino avalia que os bons números são importantes, principalmente, considerando as crises enfrentadas nos últimos anos.

“Estamos passando por esse crescimento mesmo diante de três crises: escassez hídrica, pandemia e guerra [Rússia e Ucrânia]. Nosso Estado se desenvolvendo e sendo destaque nacional, isso mostra compromisso e desenvolvimento”.

O economista ainda ressalta que hoje há uma expansão da fronteira agrícola no Estado, o que impacta diretamente o crescimento.

“Mato Grosso do Sul está em destaque, então, são as fronteiras agrícolas que estão em expansão e atraindo novos investimentos que se destacam no PIB. Esse crescimento econômico se multiplica, capilariza no Estado, trazendo novos empregos, densidade para as indústrias e também desenvolvimento humano. Porque você tem que melhorar o capital humano, a infraestrutura, e tudo isso ajuda na saúde, na economia e na educação”, conclui Constantino.

Além do destaque da produção de soja, milho e gado, hoje o Estado intensifica a produção de celulose, beneficiamento de milho e soja.

“Tivemos um outro fator positivo, que é a industrialização do milho em Mato Grosso do Sul. Nós tivemos um crescimento da suinocultura, que consome farelo de milho, e deve aumentar a nossa produção e exportação de carne suína. Também temos uma ampliação da produção de carne de frango, que é extremamente importante e que a gente também consegue ampliar com a agroindustrialização”, finaliza Verruck.