Economia
Produção de açúcar ultrapassa 2 milhões de toneladas
A produção de açúcar ultrapassou 2 milhões de toneladas, 55% maior em relação ao mesmo período
Correio do Estado
17 de Dezembro de 2023 - 18:55
A produção de açúcar ultrapassou 2 milhões de toneladas, quantidade 55% maior em relação ao mesmo período do ciclo anterior e a maior já registrada no Estado, divulgou a Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) nesta semana.
Os dados são da Associação de Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul (Biosul) e mostram que as usinas de cana-de-açúcar registraram recuperação no processamento da matéria-prima no Estado, com a moagem de 46,3 milhões de toneladas de cana nesta safra, volume é 3,8% superior à temporada passada.
Em relação ao mesmo período do ciclo anterior (abril a novembro), o processamento da matéria-prima foi 16,6% maior. Segundo o Diretor-executivo da Biosul, Érico Paredes, os números representam a recuperação do setor.
“É um importante marco para Mato Grosso do Sul, que já é o 5º maior produtor de açúcar do País, sendo o alimento um dos principais produtos que contribuem para a receita de exportação na balança comercial do Estado”, destacou Paredes. Conforme divulgado, a produção de etanol somou 3,2 bilhões de litros até 30 de novembro.
Desses, são 2,2 bilhões de litros de etanol hidratado e 1 bilhão de litros de anidro a partir da cana-de-açúcar e do milho, volumes 25% maior e 1% menor, respectivamente, em relação ao mesmo período do ciclo anterior. Para Érico, as condições climáticas ao longo do ano contribuíram para o resultado positivo.
“É um ciclo de recuperação de produção e produtividade em Mato Grosso do Sul. A boa distribuição de chuvas nos canaviais permitiu que as usinas avançassem nos seus cronogramas de colheita preservando a qualidade da matéria-prima e estendendo os trabalhos nas lavouras”, explica.
O ciclo em andamento encerra em 31 de março de 2024.
Reação do setor sucroenergético
A recuperação de produção e produtividade dos canaviais de MS vem em um importante momento para o setor, que vive a sua terceira fase de expansão no Estado. O setor conta com 18 indústrias sucroenergéticas em operação e quatro projetos.
Segundo a Semadesc, no último ano, o setor contou com o incremento na produção de etanol de milho, até então produzido somente a partir da cana-de-açúcar.
Com suas particularidades, em termos de capacidade de produção e armazenamento da matéria-prima (milho), a atividade se apresenta cada vez mais relevante para o Estado, por tratar-se de uma atividade de alto investimento.
Sobretudo, ela está alinhada aos quesitos de sustentabilidade, que contribui na movimentação de outros elos da cadeia produtiva e reforça a aptidão do Estado como produtor de energia limpa e renovável.
De acordo com a Biosul, os avanços na produção sucroenergética e novos investimentos no Estado impulsionam ainda mais a contribuição do setor na geração de novos empregos, desenvolvimento na região onde as usinas estão instaladas e na participação na receita da balança comercial do Estado.
O secretário da Semadesc, Jaime Verruck, ressalta uma série de medidas que o Governo de Mato Grosso do Sul tem realizado para auxiliar no crescimento do setor.
“Por meio de decreto, o Governo de MS autorizou as usinas produtoras de etanol a utilizarem os créditos oriundos do ICMS (Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços) acumulados a partir das operações de etanol anidro nos últimos anos”, disse.
Bioeletricidade
Com o avanço no processamento da cana, a produção de energia elétrica a partir do bagaço da cana-de-açúcar também apresentou aumento.
Conforme dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), compilados pela Biosul, de abril a setembro foram exportados 1,4 milhão de MWh (Megawatt-hora) para o Sistema Interligado Nacional (SIN). A quantidade é 9,7% maior em relação ao mesmo período de 2022.
Segundo Verruck, o setor de Bioenergia é fundamental na política de sustentabilidade e desenvolvimento do Governo do Estado.
“Temos 17 usinas de etanol de cana atuando em MS e uma de milho. Teremos no primeiro semestre de 2024 a inauguração da Neomille em Maracaju e a segunda planta da Inpasa já está em andamento em Sidrolândia. Além disso, a Pedra Bonita de etanol de cana deve operar em Paranaíba. Ou seja, são R$ 5 bilhões previstos em investimentos somente no segmento”, explicou.