Avaliação mostra que 38% dos alunos terminaram 2⁰ ano sem estarem alfabetizados

Os resultados do SAEMS (Sistema de Avaliação de Mato Grosso do Sul) mostraram que 38,9% dos alunos das escolas públicas de Sidrolândia avaliados ano passado terminaram o 2º ano do Ensino Fundamental sem saber ler ou escrever, após três anos de alfabetização que começa na pré-escola. Só alunos de 8 municípios tiveram desempenho  abaixo que os de Sidrolândia.

Este cenário é pior com o panorama estadual, computando os 79 municípios de Mato Grosso do Sul, que registraram uma média de 24,4% das crianças que começaram o 3º ano com essa dificuldade de aprendizado.

Ano passado, 3.862 alunos da rede pública (estadual e municipal) foram avaliados em língua portuguesa (leitura, escrita e produção de texto) e matemática (os estudantes do 7º ano do Ensino Fundamental e do Ensino Médio).

Conforme o relatório da FGV (Fundação Getúlio Vargas) responsável pelo processo de avaliação,  em Sidrolândia 38,9% dos alunos tiveram desempenho entre muito crítico (13,3%) e crítico (25,6%),  obtiveram no máximo 2,0 nas avaliações de leitura. Já na prova escrita, 35,2% ficaram no padrão muito crítico e crítico; 35% no padrão intermediário e só 29,8% conseguiram avaliação adequada.

Em relação a 2022, o aproveitamento caiu, já que há dois anos  26% dos alunos do 2º ano não estavam alfabetizados e 46% alcançaram o desempenho adequado. Dos alunos avaliados, 35,3% tiveram desempenho "desejável para a etapa e a área do conhecimento avaliados". As notas deste grupo variaram entre 6 e 8. Já 25,8% dos estudantes ficaram no nível intermediário, obtendo de 4,1 a 6.

Este diagnóstico extraído do desempenho dos alunos que passaram pela avaliação é ratificado pelos números divulgados semana passada pelo Ministério da Educação como parte do Compromisso Nacional de Alfabetização. Conforme o levantamento, 53% das crianças sul-mato-grossenses chegaram aos 6 e 7 anos sem estarem alfabetizadas. Com 47% de alfabetização, Mato Grosso do Sul ficou em 18º lugar no ranking nacional liderado pelo Paraná (73%).

Reforço escolar 

O Programa MS Alfabetiza lançado em 2022 pelo Governo do Estado para mitigar os efeitos da pandemia que suspendeu as aulas presenciais no ano anterior. Neste ano o programa, que prevê aulas de reforço no contraturno, está restrito a 5 escolas da zona rural.

Na Escola Domingos Alves Nantes, do distrito de Quebra Coco, 42,8%, ficaram no padrão muito crítico (não estavam alfabetizados); 28,6% ficaram no padrão intermediário e 28,6%, conseguiram aproveitamento adequado.

Na Escola Monteiro Lobato (do Assentamento Capão Bonito I), 66,6% dos alunos mostraram dificuldades de leitura e 44% de escrever. Na Escola João Batista, 33,3% dos alunos terminaram o 2º ano ainda analfabetos e só 16,7% tiveram aproveitamento adequado.