Emprego e Renda
Desemprego fica em 13,2% em agosto, mas ainda atinge 13,7 milhões aponta IBGE
Ocupação cresce no país, mas renda do trabalhador encolhe. Rendimento médio real caiu 10,2% em 1 ano, a maior queda da série histórica, iniciada em 2012.
G1
27 de Outubro de 2021 - 08:14
A taxa de desemprego no Brasil ficou em 13,2% no trimestre encerrado em agosto, mas ainda atinge 13,7 milhões de brasileiros, informou nesta quarta-feira (27) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad). No levantamento anterior, referente ao trimestre encerrado em julho, a taxa de desemprego estava em 13,7%, atingindo 14,1 milhões de pessoas.
Taxa de desemprego - agosto/21 — Foto: Economia g1
O número de pessoas ocupadas foi estimado em 90,2 milhões, o que representa um aumento de 4% em relação ao trimestre móvel anterior. Ou seja, um adicional de 3,4 milhões.
O rendimento médio real do trabalhador foi de R$ 2 489 no trimestre encerrado em agosto, o que corresponde a uma redução de 4,3% em 3 meses e de 10,2% em relação ao mesmo trimestre do ano passado.
Perspectivas
Apesar do mercado de trabalho continuar estar em trajetória de recuperação, indicadores econômicos têm mostrado uma perda de fôlego da economia nos últimos meses.
A expectativa atual do mercado financeiro para o PIB é de uma alta de 4,97% em 2021, após o tombo de 4,1% no ano passado. Para 2022, porém, as projeções têm piorado e parte dos analistas já falam em um quadro de estagflação e até de recessão.
A piora das expectativas ocorre em meio ao aumento das incertezas fiscais após o ministro da Economia, Paulo Guedes, ter proposto na semana passada "furar" o teto de gastos (mecanismo que limite o aumento da maior parte das despesas à inflação do ano anterior) para bancar o Auxílio Brasil em 2022, ano de eleição presidencial.
O mercado financeiro também passou a projetar uma aceleração no ritmo de alta da taxa básica de juros. A expectativa é que a Selic termine 2021 em 8,75%, podendo chegar a dois dígitos em 2022. Juros em alta encarecem o investimento para as empresas e o consumo para as famílias, dificultando o crescimento econômico e a geração de um número maior de empregos.