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Esporte

Após começo difícil, Medina fala sobre pressão: "Tem gente já me xingando"

Em 16º no circuito após três etapas, primeiro brasileiro campeão mundial promete reagir e brigar pelo bi: "Já tive meus dois descartes. O importante é não errar mais."

GloboEsporte

29 de Abril de 2015 - 13:16

Depois das três etapas australianas que abriram a Liga Mundial de Surfe em 2015, Gabriel Medina voltou ao Brasil apenas na 16ª colocação do ranking liderado pelo compatriota Adriano de Souza. Não era o começo que o primeiro brasileiro campeão mundial imaginava para o ano em que defende o título. Em poucos meses, o jovem de 22 anos viu a euforia da torcida brasileira pela inédita taça para o país se transformar em cobrança. E em alguns casos mais extremos, de fãs mal-educados, até ofensas.

- Por ter sido campeão a galera bota pressão a mais. Ouvi coisas nas redes sociais. Tem gente já me xingando. Faz parte. Esporte é isso. Sabia que para tentar o bi, para me manter no topo seria o dobro de esforço. Estava preparado mentalmente. Torcida do Brasil não tem igual. Eu gosto. Vai ser bom, em uma hora que preciso de resultado. Espero ter um excelente campeonato – disse nesta quarta-feira, durante coletiva de imprensa em São Paulo.

Medina abriu o ano com um 13º lugar em Gold Coast, após uma polêmica eliminação para o irlandês Glenn Hall. Na etapa seguinte, em Bells Beach, obteve seu melhor resultado até aqui: chegou até as quartas de final, mas caiu para Mineirinho, ficando com a 5ª posição. Em Margaret Rivers outra eliminação precoce: foi surpreendido pelo australiano Jay Davies, oriundo do trials, na segunda rodada, terminando em 25º. 

- Surfe depende muito do mar, da natureza. Tem vários fatores. Foram bem difíceis as primeiras etapas, por conta de onda. Na última etapa teve uma onda que eu nunca tinha surfado antes. Pressão não senti. Consegui meu objetivo no ano passado. No ano passado eu senti pressão. Estava me sentindo com dever cumprido e só queria surfar bem - explicou.

Apesar do começo abaixo do esperado, o fenômeno de Maresias garante estar tranquilo. Com o descarte dos dois piores resultados e restando ainda oito etapas até o fim do ano, o surfista paulista ainda acredita que pode lutar pelo bicampeonato. Mas sua reação precisa começar já no próximo evento, no Rio de Janeiro, de 11 a 22 de maio. 

- Fiquei em quinto em uma etapa e nas outras não fui bem. Ainda tem mais oito etapas até o fim do ano. Já tive meus dois descartes. O importante é não errar mais. Vou pensar positivo. Fazer um bom resultado no Rio para disputar o título mundial no fim do ano. Meu foco com certeza é o bicampeonato. É o que mais quero e o que meu pai tem falado nos últimos dias. Mas não quero me botar pressão. Quero surfar e mostrar meu melhor. Vou me dedicar mais, treinar mais. Ano passado me esforcei e me dediquei, este ano vai ser o dobro.

Contando com o apoio do padrasto e treinador Charles Rodrigues, Gabriel garante estar focado para reagir no campeonato e lutar pelo segundo título. Amadurecendo a cada dia, o jovem surfista já mostra ter noção dos ônus e bônus de ser um campeão mundial:

- Por isso que tenho meu pai para me corrigir. Tenho treinado bastante, conversando com ele sobre meus erros. Tem de estar preparado para ganhar e para perder. Campeão tem de saber se sair bem de momentos difíceis.

A próxima etapa do circuito Mundial de Surfe é no Rio de Janeiro, de 11 a 22 de maio. O palanque principal será no Postinho, na Barra da Tijuca, enquanto o alternativo será no Meio da Barra, entre os postos 6 e 7.