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Esporte

Após luta polêmica, Rafaela chora: "Não pode contar com a arbitragem"

Se o título inédito veio no Mundial do Rio, no ano passado, dessa vez a carioca ficou fora do pódio em Chelyabinsk, na Rússia

Globo Esporte

27 de Agosto de 2014 - 13:00

Há um ano, o cenário era bem diferente. Rafaela Silva deixava o Maracanãzinho com um grande sorriso no rosto e uma medalha dourada pendurada no pescoço. Nesta quarta-feira, porém, o choro e o vazio no peito roubaram a cena na saída da atleta da Traktor Arena. Se o título inédito veio no Mundial do Rio, no ano passado, dessa vez a carioca ficou fora do pódio em Chelyabinsk, na Rússia. Ainda na zona mista e com lágrimas no rosto, ela desabafou sobre as polêmicas de arbitragem.

Nas quartas de final, Rafaela estava atrás no placar contra a mongol Sumiya Dorjsuren, correu atrás e tirou um wazari de vantagem. O que seria um ippon foi entendido como um wazari pelos árbitros. Faltava ainda a punição para tirar, mas já era tarde. A derrota levou a brasileira para a repescagem, por onde passou com tranquilidade pela suíça Fabienne Kocher. 

- Eu joguei no final da luta,  mas não vi como ela caiu. Falaram que podiam dar ippon, outros que podia dar wazari. O mais difícil é você tirar um wazari, que é um golpe quase perfeito, ainda mais tendo uma punição. Eu tinha que buscar um golpe, não consegui o ippon, só o wazari, e tentei correr atrás da punição. Mas ela ficava se jogando na minha frente e eu não conseguia encaixar o golpe. Acabou o tempo e não deu para evoluir. A gente não pode contar com a arbitragem. Se não deu a punição a gente tem que jogar. O árbitro está vendo que a gente está tentando correr atrás. O adversário que está na frente vai tentar segurar a punição porque quer ganhar a luta. Infelizmente ele não deu.

Na disputa do bronze, outra decisão controversa, dessa vez contra a francesa Automne Pavia. Com o placar igual faltando dez segundos para o fim, Rafaela aplicou um yuko que foi marcado para a rival e, em seguida, retirado. O placar levou o combate para o golden score. Quem pontuasse primeiro venceria. Depois de pouco mais de um minuto, uma punição de falta de combatividade tirou o bronze da campeã mundial do ano passado.

- Não posso falar se foi yuko faltando dez segundos porque não vi como a adversária caiu. No placar, na hora que eu entrei o golpe, marcaram para ela, mas só que quem entrou fui eu. A regra é, se você não tomou punição de falso ataque está valendo como um ataque. Então eu tomei uma punição de falta de combatividade e fica complicado de saber. Se você está fazendo um golpe que é eficiente não é falso ataque.

Com cinco campeonatos mundiais no currículo, Rafaela tem um bom retrospecto, com dois pódios (prata em Paris 2011 e ouro no Rio 2013) e quatro disputas de medalha. De olho nas Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro, ela quer consertar os erros para voltar a fazer bonito diante da sua torcida, assim como no ano passado.

- Vim crescendo bastante durante esses mundiais. Em 2009 foi o meu primeiro e fiquei em quinto. Em 2010, não fui muito bem e perdi para essa japonesa, que é a atual campeã mundial, na minha primeira luta. Em Paris, fui medalha de prata, e ano passado fui ouro. Estava evoluindo bastante. Infelizmente nesse Mundial fiquei fora do pódio. Agora é corrigir os erros, mas não posso me abater.

O Mundial de Chelyabinsk continua nesta quinta-feira com a categoria meio-médio. O Brasil terá Victor Penalber e Mariana Silva em ação a partir das 2h (de Brasília). As finais acontecem às 8h. O SporTV transmite ao vivo. Até agora, o país levou apenas uma medalha, o bronze de Érika Miranda no meio-leve (52kg).