Esporte
Corinthians se retrai, salva pênalti de Ceni e bate São Paulo com 10
Segue de pé, portanto, o tabu de oito anos sem perder para o rival em seu estádio. Desde o revés em 2007, são seis triunfos corintianos e sete empates
Gazeta Esportiva
09 de Março de 2015 - 08:13
Foi bem mais trabalhoso do que na estreia da Copa Libertadores, mas o Corinthians voltou a vencer o São Paulo neste domingo, desta vez no Morumbi e pelo Campeonato Paulista. Com um esquema timidamente ofensivo ainda mais retraído depois de perder Gil no início do segundo tempo para atuar fora de casa, a equipe de Tite venceu por 1 a 0 graças a gol marcado por Danilo aos dez minutos e a pênalti desperdiçado pelo goleiro-artilheiro Rogério Ceni após a expulsão.
Segue de pé, portanto, o tabu de oito anos sem perder para o rival em seu estádio. Desde o revés em 2007, são seis triunfos corintianos e sete empates. Será novamente no Morumbi o próximo Majestoso confirmado (em 22 de abril, na Libertadores). Até lá, as duas equipes voltam a se concentrar no Paulistão, pelo qual o São Paulo recebe o São Bento, na quinta-feira. Um dia antes, o Corinthians joga em casa contra o São Bernardo.
Em relação ao primeiro duelo entre os rivais, em 18 de fevereiro, as mudanças mais significativas foram no lado derrotado. O São Paulo mexeu tanto nas peças quanto no esquema, agora com dois pontas (Ricky Centurión e Michel Bastos) e não dois atacantes. Suspenso na Libertadores, o argentino foi a opção de Muricy Ramalho neste domingo em detrimento de Alan Kardec. Já o zagueiro Dória deu lugar a Edson Silva após sofrer entorse no tornozelo esquerdo.
No Corinthians, as alterações de Tite foram nos nomes. Com gancho no torneio continental, o peruano Paolo Guerrero não participou do clássico em Itaquera, quando Danilo atuou como centroavante. Neste domingo, o meia voltou a sua posição de origem devido à baixa de Renato Augusto. Fábio Santos, outro desfalque corintiano, cedeu o lugar na lateral esquerda à Uendel.
Apesar das poucas mudanças no papel, a equipe alvinegra se portou um pouco diferente neste domingo. Em vez de propor o jogo, esperou o São Paulo e até sofreu alguns sustos. Como aos três minutos, quando o goleiro Cássio recebeu recuo perigoso e, cara a cara com Luis Fabiano, despachou a bola para frente. Só o maior ímpeto são-paulino, no entanto, não bastou. Logo aos dez minutos, após rápida cobrança de lateral pelo lado direito, Guerrero cruzou para Danilo, um passo dentro da área, bater de primeira no canto esquerdo de Rogério Ceni.
A exemplo do que ocorreu na Libertadores, o time treinado por Tite jogaria desde cedo com a vantagem no marcador. Mas, ao contrário do que se viu no primeiro clássico, desta vez o São Paulo não acusou o golpe e seguiu em cima, apostando especialmente em Centurión, que durante a semana preocupou a comissão técnica e os colegas por sua timidez no dia a dia. Timidez que sumiu em campo. O meia-atacante argentino foi o melhor são-paulino que melhor tratou a bola e mais perigo levou ao adversário no primeiro tempo.
Foi com ele a resposta para um forte arremate de Elias defendido por Cássio. Aos 23 minutos, depois de Souza fazer desarme na intermediária e acioná-lo, Centurión invadiu a área e fez passe ruim, mas viu a bola voltar a ele em cruzamento de Michel Bastos pela esquerda. De frente para Cássio, chutou em cima de seu ombro esquerdo. Na sobra, Denilson isolou. Foi a deixa para o goleiro corintiano perceber a necessidade de esfriar a partida e começar a atrasar a reposição de bola.
De nada adiantaria a cera. O jogo esquentaria ainda mais com entradas duras de ambos os lados. A mais forte delas, de Emerson em Bruno, rendeu três cartões amarelos de uma só vez - também para Ganso e Gil. No lance seguinte, Reinaldo e Elias se estranharam. Depois, Elias se irritou com as fintas de Centurión, mas o árbitro conteve o volante apenas na conversa. O que não foi possível fazer com Rafael Toloi, quando o zagueiro sofreu drible infantil na beira do campo e precisou derrubar Guerrero a poucos passos da área para evitar o segundo gol.
Ecoaram, então, os pedidos de raça por parte da arquibancada. Mais técnico do que raçudo, Centurión tentou fazer sua parte novamente aos dois minutos da segunda etapa. Ele enfileirou a defesa, tabelou com Luis Fabiano e balançou a rede, mas o lance já havia sido paralisado por impedimento do argentino.
Quatro minutos mais tarde, o primeiro amarelo de Gil lhe custou caro. Dentro da área, o zagueiro levantou o braço para proteger o rosto em arremate de Michel Bastos e foi expulso. A caminho do vestiário, contudo, viu Cássio crescer diante de Rogério Ceni. O goleiro corintiano defendeu a cobrança de pênalti com a perna direita e contou ainda com o travessão para impedir o empate. Tite, sem muito tempo para festejar a bela defesa, tratou de sacar Danilo para remontar a zaga com a entrada de Edu Dracena.
Muricy Ramalho, por sua vez, colocou Alan Kardec e Cafu. Mas foi o nada tímido e muito habilidoso Centurión o único a ter seu nome gritado pela torcida antes de nova cobrança por raça, ainda aos 33 minutos. Não faltou raça ao São Paulo neste domingo. Diferentemente do que ocorreu na até então única derrota na temporada, para o próprio Corinthians, sobraram oportunidades para ao menos empatar. Faltou aproveitá-las.