Esporte
Cuca chega a 100 jogos: do inferno à luta pelo auge que escapou em 2012
Treinador, que chegou em 2011, ano do fatídico 6 a 1 para o arquirrival, busca coroar o elenco capitaneado por R10 com títulos de expressão
Globo Esporte
27 de Abril de 2013 - 09:35
A história de Cuca à frente do Atlético-MG começou no dia 8 de agosto de 2011, quando ele foi anunciado para ocupar o lugar de Dorival Júnior. Cuca tinha a missão de ajudar a livrar o time de um iminente rebaixamento no Brasileirão daquele ano.
O início do trabalho, assustador, poderia ter culminado numa demissão precoce, já que foram seis derrotas seguidas, duas pela Copa Sul-Americana e outras quatro pelo campeonato nacional. Mas a direção do clube deu crédito ao treinador e ele conseguiu cumprir o objetivo, apesar de amargar no currículo a humilhante derrota por 6 a 1 para o arquirrival Cruzeiro, na última rodada daquele ano.
Neste sábado, contra o Tombense, pela semifinal do Campeonato Mineiro, às 16h, o treinador completa cem jogos à frente do clube e relembra coisas que gostaria de mudar. Porém, prefere recordar aquelas que foram especiais.
- Teria jogos que mudaria, nem quero falar, vocês sabem qual, mas não dá pra mudar e faz parte da lição que tivemos. E muitos jogos do Brasileiro tiveram sabor especial, de conquista, e eles te completam. Em alguns jogos tivemos que ganhar na imposição, na técnica, na superação, como aquele contra o Fluminense que conseguimos o terceiro gol em cima da hora. Esse tipo de jogo nos deixa satisfeito, espero que o torcedor também.
A marca alcançada por Cuca já o coloca na lista dos dez que mais treinaram o clube, exatamente na décima posição. Como a tendência é de que ele permaneça no cargo por mais tempo, existe a chance de que ele suba alguns degraus. Felix Magno, por exemplo, comandou o time em 107 oportunidades, enquanto Mussula esteve no cargo em 121 jogos. Detalhe: no caso de Cuca, foram 99 jogos seguidos, em uma única passagem, enquanto vários outros treinadores comandaram o Galo em várias oportunidades.
Em jogos consecutivos, por exemplo, Cuca é superado apenas por três treinadores: Telê Santana (em duas ocasiões), de abril de 1970 a dezembro de 1972 203 jogos (passou seis meses no São Paulo e retornou), e agosto de 1973 a outubro de 1975 163 jogos; Barbatana, março de 1976 a agosto de 1978 168 partidas; e Procópio, janeiro de 1979 a março de 1981 141 partidas.
Cuca reconhece a importância do número e espera ampliá-lo, com direito ao que há de mais importante no futebol.
- Cem jogos é um motivo de orgulho e honra, não é fácil dirigir um clube grande como este durante cem partidas. Quase sem problemas, sempre tem uma coisinha ou outra, mas espero poder ficar mais tempo e conseguir mais títulos pelo Atlético-MG.
Em bom momento no Atlético-MG, no comando de um elenco que tem Ronaldinho Gaúcho, Réver, Jô, Bernard e Diego Tardelli, Cuca, e todos os atleticanos, vislumbram um futuro de conquistas. Em 2012, após o título invicto do Campeonato Mineiro, o time bateu na trave durante o Brasileirão, com o vice-campeonato. Nesta temporada, classificado para a Taça Libertadores após mais de dez anos, conseguiu a melhor campanha na fase de grupos da competição.
Satisfação do comandante e dos comandados
Os mais de 20 meses à frente do clube fazem Cuca deixar a modéstia um pouco de lado, sobretudo por se tratar do futebol brasileiro. Mas, ele reconhece, a tendência está se modificando.
- Acho que estou aqui pelo geral, resultado é fundamental em time grande, não adianta só ser bonzinho e trabalhador, tem que ganhar jogo. Mas as diretorias de hoje estão mudando, atrelando resultado, trabalho, o ambiente bom e salutar. Todas essas coisas com o tempo tendem a melhorar, o treinador monta uma equipe a sua imagem e é isso que tenho feito, além de fazer daqui a minha casa. Espero ter conquistas importantes aqui no Atlético-MG.
Os comandados também elogiam o treinador. Richarlyson, que também completa a marca neste sábado, acompanhou toda a trajetória e faz elogios.
- Todo começo é complicado, aqui não foi diferente. Mas teve o respaldo da diretoria, colocou a equipe que achava ideal e agora colhe os frutos. É um grande profissional, tem coração presente e usa muito, até nas próprias preleções. É um cara que tem tudo para colher coisas boas, tem demonstrado isso.
Os 99 jogos de Cuca no Galo