Esporte
Decisão do CAS pode até deixar Cielo fora de Olimpíada do Rio em 2016
Se o nadador brasileiro estiver cumprindo suspensão durante os Jogos Olímpicos de Londres, ele automaticamente estará fora em 2016
ESPN.com.br
07 de Julho de 2011 - 11:45
O caso de doping do nadador Cesar Cielo e de seus companheiros de clube, Nicholas Santos, Henrique Barbosa e Vinícius Waked, poderá deixar o principal atleta da natação brasileira na atualidade fora da Olimpíada de 2016, que será realizada no Rio de Janeiro.
A decisão sobre o caso já foi encaminhada à Corte Arbitral do Esporte (CAS) e, dependendo da punição que Cielo receber, ele não poderá competir nem em Londres no ano que vem, nem no Rio de Janeiro, nos Jogos de 2016. O advogado especialista em casos de doping, Luciano Hostins, explica que, de acordo com as regras da Carta Olímpica, se o nadador ainda estiver cumprindo suspensão por um caso de doping durante a Olimpíada de Londres, ele automaticamente não poderá disputar em 2016.
"Se ele pegar uma pena de seis meses ou mais, ele fica fora dos próximos Jogos Olímpicos. Se essa pena vier a ser cumprida em cima dos Jogos de Londres e terminar só depois, ele fica fora de 2016", esclareceu o advogado, que cuidou do caso de Maurren Maggi, em 2003, em entrevista aoESPN.com.br.
O argumento de Hostins é baseado no artigo 45 da Carta Olímpica. De acordo com essa regra, o atleta que receber uma punição de mais de seis meses por doping não poderá disputar os Jogos Olímpicos subseqüentes à data de término da suspensão.
"O problema é que o julgamento desses casos leva tempo e a resolução pode sair só no final do ano. Aí ele pode cumprir a pena somente no ano que vem e, se ele terminar de cumprir antes de Londres ele ficará fora só de Londres. Mas se ele vier a cumprir a pena durante Londres e terminar de cumprir em setembro do ano que vem, após os Jogos, aí ele fica fora da próxima Olimpíada, no Rio de Janeiro", disse Hostins.
Uma das opções para Cielo tentar evitar que isso aconteça seria pedir uma suspensão preventiva ao CAS (Corte Arbitral do Esporte) desde já, abrindo mão do Mundial de Xangai, que acontece ainda neste mês. Isso porque, depois do seu julgamento, o tempo em que ele já esteve suspenso poderá ser descontado da pena final e, assim, Cielo poderia garantir sua presença tanto nos Jogos de Londres, quanto nos do Rio.
"Ele tem que racionalizar para ver se não é melhor fazer um acordo com a Fina para começar a cumprir suspensão provisória voluntariamente desde já. Aí ele ficaria fora das competições até que o julgamento seja concluído, mas poderia descontar esse tempo da pena final".
Para Luciano Hostins, a melhor alternativa para Cielo agora seria tentar um acordo junto à Fina e ao CAS para que o caso seja encerrado mais rápido. Um acerto entre as partes com relação à punição que o nadador deve receber poderia resolver a situação dele antes mesmo do julgamento do caso e aí o campeão olímpico já não correria mais riscos de ficar fora dos Jogos do ano que vem.
"Ele tinha que lutar junto à Fina para aplicar uma pena menor do que seis meses para isso ser resolvido logo. Aí ele cumpriria a suspensão agora e poderia disputar a Olimpíada de Londres", avaliou.
O caso de Cesar Cielo e dos outros três nadadores pegos no exame antidoping pelo uso da substância furosemida já foi encaminhado ao CAS com pedidos de urgência pela Fina. Por enquanto, todos eles estão liberados para disputar o Mundial de Xangai, ainda neste mês, já que receberam apenas uma advertência da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos.