Esporte
Dunga: Seleção irá trabalhar para fazer de Neymar o melhor do mundo
Dunga acredita que o êxito do jovem atacante ajudará a equipe a conquistar os seus objetivos
GloboEsporte
23 de Dezembro de 2014 - 08:13
Apesar de ser o principal jogador da seleção brasileira e ter uma qualidade técnica inquestionável, o nome de Neymar ainda não entra na lista de favoritos quando se fala na escolha do melhor jogador do mundo. Desde 2008, Cristiano Ronaldo e Messi monopolizam o prêmio entregue pela Fifa. E são os favoritos ao prêmio da temporada 2014, que será entregue em 12 de janeiro e terá também como concorrente o goleiro alemão Manuel Neuer. Porém, no que depender de Dunga, técnico da Seleção, o atacante do Barcelona logo estará forte nesta disputa.
Em entrevista o treinador garantiu que a seleção brasileira trabalhará para que Neymar seja eleito o melhor do mundo. Dunga acredita que o êxito do jovem atacante ajudará a equipe a conquistar os seus objetivos. Ele lembrou que em outros momentos, alguns jogadores como Romário, Bebeto, Pelé e Jairzinho receberam o apoio do grupo e o Brasil acabou conquistando Copas do Mundo.
- A gente torce para isso. Eu falei até que todos nós vamos ajudar o Neymar a ser o melhor do mundo. Ele vai ajudar a seleção brasileira, mas a seleção brasileira, os jogadores, têm que ter a questão de mental de, ajudando o Neymar, ele pode ser o melhor do mundo e a gente pode chegar aos nossos objetivos. Era mais ou menos como em 94. A gente trabalhava para o Romário e para o Bebeto, tem que estar consciente disso. Em outras seleções, todo mundo trabalhava para o Pelé, para o Jairizinho, e trabalhavam Tostão, Gérson, Carlos Alberto. Tem a humildade de fazer a parte coletiva, de trabalhar para uma individualidade, para sermos campeões do mundo.
Aos 22 anos, atacante participou da sua primeira Copa em 2014, no Brasil. Apesar da pouca idade, ele tornou-se o capitão da equipe quando Dunga voltou ao cargo de treinador da Seleção. A situação gerou incômodo de Thiago Silva, antigo dono da braçadeira com Felipão. Convocado por Dunga para os amistosos contra Turquia e Áustria, o zagueiro admitiu ter ficado triste com a situação. O técnico lembrou do seu período como jogador de futebol, da liderança que exercia em campo e garantiu que o camisa 10 cresceu ao receber mais responsabilidade nessa nova fase.
- Eu fui capitão em uma época que o capitão tinha que ser "casca grossa". O Brasil naquela Copa não podia errar, era uma geração que havia ganhado tudo, menos a Copa do Mundo e fazia 24 anos que o Brasil não conquistava uma Copa (...). Todo mundo precisava estar concentrado e com a faca entre os dentes, não podia errar. Aquele tipo de liderança que eu exercia em 1994, hoje não seria boa, eu precisaria me adaptar (...). Eu posso falar que dentro da Seleção não pode ter um só líder. A maioria desses jogadores são líderes dentro dos seus times. Tem que ter um capitão e várias lideranças para dar suporte (...). Quanto ao Neymar, ele é novo, uma referência do futebol brasileiro e mundial tecnicamente. Todos os problemas que o Brasil teve em 2014 por essa questão da liderança, a gente tirou o foco dos outros que estavam sendo pressionados e colocou o Neymar porque ele sabe trabalhar bem com a pressão, com a cobrança. Ele não se intimida, para ele não muda nada. Coma faixa de capitão ele incorporou mais, se sentiu mais responsável e está tendo ajuda de outras lideranças.
Dunga lembrou que ao assumir o comando do Brasil depois da Copa do Mundo, o presidente da CBF José Maria Marin, pediu para ele começar o trabalho do zero. Além disso, o zagueiro Thiago Silva estava machucado, não podendo fazer parte da lista de convocados.
- Quando eu cheguei na seleção brasileira, o presidente me pediu para trabalhar do zero. As minhas escolhas seriam as minhas escolhas. Quando eu cheguei, o Thiago estava machucado, não estava jogando, e a gente colocou o Neymar (como capitão). Em uma empresa, quando chega um diretor novo, ele fecha as funções. Ele não vai explicar por que trocou para o caboman, não vai explicar para o jornalista. Então, se eu tivesse que explicar para todo mundo, eu tinha que, por respeito, explicar para todos os jogadores que não foram chamados. Eu tinha que ter chamado o Fred, uma série de jogadores, e explicar. E existem certas coisas na nossa vida que não precisam de explicação. Os fatos já dizem tudo.
Jogador do Barcelona, Neymar começou a fazer parte da seleção brasileira logo após a Copa do Mundo de 2010, ao ser convocado pelo técnico Mano Menezes. Com o uniforme verde e amarelo, ele foi campeão da Copa das Confederações de 2013, no Brasil, e medalha de prata nas Olimpíadas de Londres-2012.