Esporte
Flamengo passa por cima do Barcelona e deixa Libertadores com cara de Carioca
Time de Jorge Jesus mantém autoridade seja quem for o adversário e faz dos equatorianos presa fácil.
Globo Esporte
12 de Março de 2020 - 08:57
Amassou. Atropelou. Passou por cima. A definição fica a cargo do leitor. A verdade é que o Flamengo mais uma vez fez o que quis contra um adversário no Maracanã. A impressão é de que, seja qual for a competição, a equipe de Jorge Jesus é cada vez mais dominante em seu território. Foi assim na Recopa, é assim no Carioca e não foi diferente nos 3 a 0 sobre o Barcelona de Guayaquil pela Libertadores, na noite de quarta-feira.
Agressivo e sufocante, o Flamengo sequer deu possibilidade para o time equatoriano colocar em prática o temido contra-ataque. Debruçado no campo ofensivo, tinha volume para buscar espaços e perna para recuperar logo a bola quando a perdia. Tal postura fez do Barcelona um time assustado, que apelava para os chutões para o alto ou para cera em busca de fôlego.
Amontoado na entrada da área, os visitantes até deram indícios de que conseguiriam picotar o jogo e fechar os espaços. Até os 35 minutos, o Flamengo tinha finalizado somente três vezes - o mesmo que nos cinco primeiros do jogo de Barranquilla. Sinal de uma bem-sucedida estratégia defensiva? Engano.
Flamengo x Barcelona de Guayaquil
- Posse de bola: 68% x 32%
- Finalizações: 17 x 5
- Passes trocados: 552 x 270
- Escanteios: 11 x 4
- Faltas: 17 x 18
- Impedimentos: 1 x 6
Dez minutos depois, o Rubro-Negro descia para o intervalo com o triplo de conclusões ao gol de Mendoza e 2 a 0 no placar. Fruto de um time que tem repertório. Se o Barcelona congestionava o meio da área, o Flamengo atacou pelo alto. Pronto! Estava desmontado o plano equatoriano. Gustavo Henrique, após cruzamento perfeito de Ribeiro, e Gabigol, após pênalti originado por cabeçada de Léo Pereira, fizeram os gols que praticamente definiram a vitória.
O Barcelona não tinha forças para reagir. Não tinha coragem para reagir. A bola queimava nos pés do time amarelo, que na maioria das vezes se livrava como podia no campo defensivo. O gol de Bruno Henrique, também pelo alto, de cabeça, aos sete do segundo tempo, foi o golpe fatal em um jogo disputado nos últimos 40 minutos em ritmo de treino.
Em entrevista coletiva, Jorge Jesus disse que "o patamar que o Flamengo tem jogado acaba colocando em dúvida o valor do adversário". Declaração que faz muito sentido e é comprovada pelos números. São dez vitórias em 11 jogos na temporada, sete delas marcando três ou mais gols. O time é um rolo compressor.
Contra o Barcelona, teve o mais que o triplo de finalizações (17 x 5) e mais que o dobro de posse de bola (68% x 32%) e passes trocados (552 x 270). Uma exibição de quem amassa. Atropela. Passa por cima. Seja na Recopa, no Carioca ou na Libertadores.