Esporte
Grêmio será denunciado e pode ser eliminado da competição
De acordo com o Procurador Geral, Paulo Schmitt, o Tricolor gaúcho responderá por infração ao artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD).
Band
30 de Agosto de 2014 - 07:25
O episódio em que o goleiro Aranha, do Santos, foi ofendido com gritos racistas, na última quinta-feira, no jogo diante do Grêmio, pela Copa do Brasil, pelos torcedores adversários, terá novos capítulos. A Procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) confirmou que denunciará o clube gaúcho pelo ocorrido.
De acordo com o Procurador Geral, Paulo Schmitt, o Tricolor gaúcho responderá por infração ao artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD).
As imagens já foram solicitadas e nelas é possível identificar nitidamente uma torcedora xingando o atleta e vários torcedores fazendo imitações de macaco. Não há dúvida quanto ao fato, portanto o clube será denunciado por infração ao artigo 243-G (e seus parágrafos) do CBJD, disse Schmitt.
O Grêmio será denunciado pela prática de ato discriminatório relacionado ao preconceito em razão da raça, de acordo com o que é previsto no artigo 243-G. Caso seja condenado, o clube gaúcho pode receber multa de até R$ 100 mil, além da perda de três pontos no segundo jogo entre as duas equipes, o que ocasionaria em sua eliminação.
O fato foi colocado no adendo da súmula enviado pelo árbitro horas após o jogo.
Confira o adendo na íntegra:
Informo que ao chegar ao hotel, advindo do estádio, por volta das 23h50, tive conhecimento através da imprensa que durante a partida existiram atos de racismo oriundos da torcida do Grêmio direcionados ao goleiro da equipe do Santos F.C., Sr. Mario Lúcio Duarte Costa, nº 1. Relato que aos 41 minutos do segundo tempo, durante uma paralisação do jogo, dois atletas que se encontravam no banco de reservas da equipe do Santos, nº 7, Sr. Robson de Souza e nº 10, Sr. Gabriel Barbosa Almeida, me relataram que o goleiro da sua equipe estava sendo vítima de atos de racismo, momento em que me dirigi até o referido atleta, o mesmo confirmou tal fato. Contudo, nenhum integrante da equipe de arbitragem ouviu ou presenciou tais atos. Após esta paralisação o jogo teve prosseguimento normal sem qualquer relato de outro atleta."