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Esporte

Klose, o goleador filosófico, é carrasco da Argentina em Copas do Mundo

Atacante usa teoria das esponjas para explicar serenidade em campo. Dos 16 gols que marcou em Mundiais, três foram contra o adversário da final

Globo Esporte

11 de Julho de 2014 - 09:10

Miroslav Klose teria todos os motivos do mundo para viver tempos de euforia. Não é qualquer um que chega a uma final de Copa do Mundo. Mais: goleando o Brasil por 7 a 1. Mais ainda: se tornando o maior artilheiro da história dos Mundiais. E mais ainda: tendo a chance de enfrentar um adversário que costuma maltratar em Copas. Mas o goleador não se empolga. Prefere filosofar.

Klose usa uma espécie de teoria da esponja para avisar que mantém a frieza em dia. Diz que a comoção fica para depois. - As emoções são como líquido numa esponja: é preciso absorvê-las – disse o atacante pensador.

Cabe à Argentina absorver a ideia de que estará diante de um sujeito acostumado a infernizá-la. A seleção albiceleste caiu para a Alemanha nas duas últimas Copas. Em ambas, Klose fez gol. Primeiro, foi em 2006, nas quartas de final. O gol alemão no empate por 1 a 1 no tempo normal foi do centroavante, de cabeça. Ocorreu aos 35 minutos do segundo tempo – salvando a Alemanha da derrota. Depois, nos pênaltis, os europeus ganharam por 4 a 2.

Em 2010, nova pancada. Maior ainda. Na goleada de 4 a 0, nas quartas de final, Klose fez mais dois – o segundo, entrando com bola e tudo, e o quarto, pegando de primeira um cruzamento dentro da área. O porém é que em nenhum dos campeonatos a Alemanha conseguiu ir à final. Morreu nas semifinais em ambos - com derrota para a Itália, por 2 a 0, na prorrogação, em 2006, e de 1 a 0 para a Espanha em 2010.

Alemanha e Argentina, portanto, são velhos conhecidos. Klose, porém, acha que sua equipe ainda tem surpresas a oferecer ao oponente.

- O importante é trazer alguma coisa que o adversário não espere. Estou muito ansioso por esse jogo, que vai ser marcado por algumas questões táticas e por bom futebol – comentou o atacante.

Outros encontros marcantes entre as duas seleções ocorreram nas finais das Copas de 1986 e 1990. A Argentina venceu a primeira, e a Alemanha ganhou a segunda. Klose era nascido em ambas.

- Estamos vendo finais completamente diferentes. Comparações não levariam a nada agora, são jogadores diferentes. Mas acredito que são iguais como qualidade.

Klose será titular da Alemanha na final. Com 16 gols, é o maior artilheiro da história das Copas. Tem um a mais do que Ronaldo. Agora, tenta ampliar a marca. E, ao mesmo tempo, amenizar a decepção pela perda do título na única final de Mundial que disputou até agora – a de 2002, com derrota de 2 a 0 para o Brasil. Mas, como ele mesmo lembra em outro raciocínio filosófico, "o que já passou são apenas águas a correr sob a ponte".