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Esporte

Mari Paraíba, sobre convocação tardia: "Talvez eu não estivesse preparada"

Convocada pela primeira vez aos 28 anos, ponteira do Minas quer aproveitar cada momento no grupo da seleção, não faz opção por Grand Prix ou Pan e elogia Jaqueline

Globo Esporte

07 de Maio de 2015 - 13:33

Uma convocação tardia, mas com um sabor especial. Aos 28 anos, a ponteira Mari Paraíba percorreu um longo caminho - muitas vezes incerto - para chegar pela primeira vez à seleção brasileira feminina de vôlei. Depois de dez dias junto com o grupo chamado para se dividir entre o Grand Prix e os Jogos Pan-Americanos de Toronto, ambos em julho, a jogadora do Minas olha para trás e acredita que tudo chegou no momento certo, mesmo que já não esperasse mais por uma chance entre as comandadas do técnico José Roberto Guimarães.

- Sempre penso que tudo acontece no momento certo. Talvez não tenha acontecido antes porque eu não estivesse preparada. Deus escreve certo por linhas tortas. Em alguns momentos você não entende o que acontece, mas hoje estou aqui. Talvez não esperasse hoje estar aqui e estou. É ter paciência e trabalhar que um dia as coisas vêm - disse.

Em julho de 2012, Mari Paraíba foi capa de uma revista masculina e pouco depois deixou as quadras, ainda sem saber sobre futuro. Antes de decidir voltar às quadras, ainda passou pelo vôlei de praia. Agora, no Centro de Desenvolvimento do Voleibol, em Saquarema, no Rio de Janeiro, ela vive uma nova experiência no regime de concentração da seleção.

- Tem sido muito bacana. O grupo é bem legal, já conhecia algumas meninas, e os treinamentos estão começando mais devagar, estamos na segunda semana e outras jogadoras já estão na quarta. Mas está gostoso, é um ambiente bom de trabalhar e de crescimento. Espero aproveitar da melhor forma.

Restando pouco mais de um ano para a realização dos Jogos Olímpicos Rio 2016, a ponteira sabe que a partir de agora cada chamado da seleção é um passo a mais rumo à sonhada competição.

- Fica a sensação de “será que posso ir? ”, “dá para chegar lá? ”. Agora é trabalhar bastante e tentar evoluir em alguns fundamentos. É o que vou fazer aqui dentro, o que puder sugar e aprender de outras atletas e do Zé, vou fazer - avisou, sem citar preferência por disputar o Pan ou o Grand Prix, que coincidem em datas em julho: “Nem tenho que ter (preferência), o que o Zé achar melhor vou estar superfeliz”.

Ao convocar Mari pela primeira vez, o técnico, que comanda a seleção feminina desde 2003 e tem dois ouros olímpicos no currículo com as meninas do Brasil (além de outro com a seleção masculina nos Jogos de Barcelona 1992), foi só elogios à ponteira.

- É uma jogadora interessante com a característica de ponteira passadora, característica não muito simples de se arrumar no mundo, é uma carência mundial e ela nos dá essa opção que é importante. Apesar de seus 28 anos, é uma jogadora que fisicamente tem condições de nos ajudar no futuro - avaliou Zé Roberto.

Mari Paraíba acredita que, mesmo que isso possa ser um diferencial, não será o que a fará se destacar diante de outras jogadoras da posição.

- Tem outras, não só eu aqui dentro, que são ponteiras passadoras. Para me destacar aqui dentro tenho que ter algo a mais, então vou procurar de alguma forma fazer o melhor que puder e crescer será muito importante.

A partir do próximo dia 18, Mari e a seleção ganharão o reforço de outra jogadora da mesma posição, e um espelho para a paraibana: Jaqueline. As duas jogaram juntas na última temporada da Superliga e Mari ressalta a importância da amiga para se destacar no Minas, onde terminou com o sexto melhor ataque e a oitava melhor recepção da competição.

- Sempre admirei muito a Jaque, principalmente como jogadora, e nesse ano puder conhecer ela como pessoa. Sempre me ajudou bastante dentro de quadra, tento sempre reparar nela, que é, para mim, a melhor ponteira-passadora do mundo hoje em dia. O que puder sugar ainda mais dela e aprender vai ser muito bom - concluiu Mari.

O técnico Zé Roberto Guimarães trabalha hoje com 18 jogadoras em Saquarema, ainda no aguardo, principalmente, das atletas do Rio de Janeiro, que disputam o Mundial de Clubes nesta semana, na Suíça, e também do Osasco, finalista da Superliga. Jogadoras que atuam no exterior e Jaqueline também são aguardadas para as próximas semanas. Zé Roberto terá 32 jogadoras para dividir entre o Grand Prix e o Pan, além de amistosos que acontecem em junho e agosto.