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Esporte

Na saga olímpica, Juliana vê adversário interno e usa exemplo da Copa 2014

Parceira de Maria Elisa no vôlei de praia, a campeã mundial diz que aprendeu muito observando o comportamento dos jogadores durante o Mundial do Brasil

Globo Esporte

02 de Maio de 2015 - 08:53

Conquistar uma das duas vagas brasileiras do vôlei de praia para os Jogos Olímpicos de 2016 é o desejo de praticamente todas as duplas que estão em Maceió para a disputa do SuperPraia. Por definição da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), uma vaga será para a equipe com melhor pontuação do Circuito Mundial deste ano e a outra por indicação da entidade. Atual campeã mundial, Juliana sabe que vai precisar manter o alto nível durante esta temporada para conseguir realizar o sonho de defender o Brasil no Rio de Janeiro.

Parceira de Maria Elisa na areia – com quem faz dupla desde 2013 –, Juliana afirmou que o maior desafio para ela não são as duplas adversárias. Na visão da melhor jogadora do Circuito Mundial em 2009, 2010 e 2011, é preciso controlar seu interior e manter a motivação para chegar bem no final da temporada.

- Muitas coisas aconteceram e eu continuo a dizer que a nossa maior adversária hoje continua a ser a Juliana e a Maria Elisa. A gente tem ainda que ganhar algumas coisas para a gente. A gente está ainda arrumando a nossa casa porque têm algumas coisas para serem resolvidas para a gente. Se a gente fizer o nosso dever de casa, a gente consegue o que a gente quer. Eu comecei a temporada, em janeiro, muito ruim lá em Fortaleza. Minha apresentação foi abaixo para uma atleta oito vezes campeã do circuito mundial. Como diz meu pai, peguei minha viola, coloquei embaixo do braço e fui avaliar o que eu tinha que fazer, como me apresentei. Não posso, uma jogadora como eu, me apresentar do jeito que me apresentei. Ali eu fiz uma avaliação pessoal e falei: “Dessa forma aí eu não chego mais” – disse Juliana.

A atleta acrescentou que reconheceu seus próprios erros e buscou maneira de melhora-los.  Após revelar uma paixão especial pela disputa do circuito mundial – onde hoje é a brasileira com o maior número de conquistas – ela comentou que quer, a partir de agora, voltar a ditar o ritmo da música. 

- Espero não ter mais a apresentação que eu tive em Fortaleza. E acho que esse objetivo tem sido cumprido. Eu não me apresentei mais daquela forma. Eu sei que era final de temporada, onde eu tinha me machucado, onde tinha outros problemas. Eu não quero mais pegar a viola e volta para casa. Eu quero poder tocar a minha música aqui, fazer o meu enredo de muita vontade, o tempo inteiro buscando estar melhor, fazer o melhor, sempre respeitando as pessoas do outro lado – disse. 

Para conseguir seu objetivo, Juliana revelou que além de algumas atitudes, precisou mudar também sua concentração durante as partidas. Um exemplo que ela utilizou e pretende manter caso consiga a vaga olímpica vem do futebol.

A jogadora de vôlei de praia disse que acompanhou a Copa do Mundo do Brasil com um olhar especial. Nada de torcer somente por torcer. Juliana estudou o comportamento dos diversos jogadores e seleções para evitar uma surpresa negativa caso consiga a vaga olímpica.

- Via a Copa do Mundo para "pegar cola" para a Olimpíada. Tenho algumas entrevistas guardadas e tudo. Não vou falar o que deu errado em nossa Seleção, mas vou destacar o que deu certo nos dois melhores times da competição, que foram Alemanha e Holanda. Eles se abriram e se fecharam nos momentos certos. Tiraram a pressão. A Holanda, por exemplo, não chegou na final por detalhe. Estas duas seleções adoram estratégias perfeitas, até para as entrevistas coletivas. Então, tenho minhas "colinhas" aqui no bolso (risos) – revelou.

Juliana e sua companheira Maria Elisa foram derrotadas por Larissa e Talita na segunda rodada do SuperPraia. Assim, as duas entrarão em quadra na tarde deste sábado para disputar na repescagem uma vaga na semifinal do torneio. O duelo será contra Josi e Elize.