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Esporte

No bom adeus de Pet, Flamengo e Corinthians ficam no empate

Timão assume liderança provisória ao lado do rival Palmeiras, com sete pontos ganhos, e rubro-negros não conseguem se aproximar dos líderes

Globo Esporte

06 de Junho de 2011 - 09:00

No bom adeus de Pet, Flamengo e Corinthians ficam no empate
No bom adeus de Pet, Flamengo e Corinthians ficam no empate - Foto: Andr

Foram 197 partidas com a camisa rubro-negra. Ora vestindo a 10, com a qual marcou os gols de falta do título do tricampeonato carioca e da Copa dos Campeões, ambos em 2001.

Ora a 43, com a qual comandou ao lado do agora corintiano Adriano o hexa brasileiro. Petkovic se despediu da torcida em jogo com muita emoção e, como mesmo disse, à vera.

O Corinthians, que não tinha nada a ver com isso, bem que tentou estragar a festa, regada a mosaico e volta olímpica no intervalo no Engenhão. Empolgado, o sérvio teve boa atuação e saiu sob os gritos de "fica!". Mas não viu o Flamengo vencer.

O time ficou no empate por 1 a 1 com o rival paulista, que até então tinha 100% de aproveitamento no Campeonato Brasileiro.

Willian e Renato Abreu, de falta, marcaram os gols, no primeiro tempo. Com o resultado, o Corinthians, que foi superior na etapa inicial, vai para sete pontos e ocupa a liderança provisória - espera o desfecho da rodada na próxima quarta-feira.

O Flamengo, que vencera na estreia e empatara com o Bahia, chega a cinco pontos. Na quarta rodada, o Fla vai à Arena da Baixada encarar o Atlético-PR, no domingo. No mesmo dia, o Corinthians receberá o Fluminense no Pacaembu.

Timão assusta

O mosaico feito pela torcida rubro-negra com as cores da Sérvia, que depois se transformava na bandeira do Flamengo, certamente fez o meia sérvio fazer uma viagem no tempo e se lembrar quando, com nove anos, em Madjanpek, brincava de bater bafo-bafo para conseguir a figurinha do ídolo Zico para preencher o álbum da Copa do Mundo de 1982. Agora, estava ali, no mesmo clube em que o Galinho eternizou a camisa 10, despedindo-se dos campos.

Ronaldinho Gaúcho, o novo astro, deu a ele a braçadeira de capitão. Os jogadores entraram todos com o nome do sérvio às costas, em mais uma homenagem. Mas o Corinthians não queria saber de festa para o sérvio. Por pouco não botou água no chope logo na saída. Aos 40 segundos, Willian, de fora da área, fez Felipe bater roupa. No rebote, Liedson, ex-Flamengo, obrigou o ex-goleiro corintiano a fazer grande defesa.

Estava clara, ali, que a intenção do técnico Tite era se aproveitar do cllima festivo da despedida de Pet. Com três atacantes, forçava o jogo explorando a velocidade. Principalmente do camisa 9 e de Jorge Henrique, de volta à equipe, que se aproveitou de falha de marcação da zaga rubro-negra e perdeu a segunda chance de gol em menos de cinco minutos.

Era questão de tempo para o Timão abrir o placar. Ralf e Paulinho bloqueavam as jogadas ofensivas do Flamengo e alugavam o meio-campo com a boa quantidade de desarmes. Danilo virava bem o jogo pelas laterais. Pelo lado direito, Weldinho deixava sua marca na despedida de Pet: levou vantagem sobre Egídio na arrancada e centrou na medida para Willian, mais rápido do que David Braz, tocar sem defesa: 1 a 0 Timão, aos 18 minutos.

Boas jogadas de Pet

O autor do gol, por sinal, era um dos que apresentavam futebol rápido e insinuante. A zaga do Flamengo voltava a mostrar as velhas falhas individuais e de colocação. De volta à equipe, Léo Moura, sem ritmo, estava lento nos avanços. Egídio, que no começo apoiava bem, sentiu o baque das vaias após a jogada do gol corintiano. As melhores jogadas saíam dos pés de Ronaldinho, aberto pela esquerda mas pouco acionado, e Petkovic.

O sérvio, que bateu bem quatro escanteios, chegou a tabelar algumas vezes com R10 e fez três belíssimas jogadas:na primeira, entrou driblando na entrada da área; na segunda, deu drible desconcertante em Ralf na intermediária rubro-negra; e, por último, voltou a ser o belo garçom como em 2001 e 2009, quando rolou a bola para Wanderley. O atacante chegou uma fração de segundo depois do goleiro Julio Cesar, que saiu muito bem para cortar o lance.

Faltava, para Pet, dar adeus aos gramados sem ver o time derrotado, ainda que parcialmente. Foi aí que o sérvio ganhou um presente. Ronaldinho caiu na meia direita após dividida com Fábio Santos. O árbitro Héber Roberto Lopes interpretou como falta. O camisa 43 se colocou para bater, a torcida pediu, mas foi Renato Abreu quem cobrou - dessa vez colocado, à la Pet, e meteu no ângulo esquerdo, sem defesa, aos 39.

O Corinthians merecia vencer nos primeiros 45 minutos, mas Pet também merecia aquela vibração. Foi o primeiro a correr em direção a Renato para abraçá-lo, como que agradecendo o gol, e despediu-se com um empate nos primeiros 45 minutos e sob os gritos de "fica!" dos rubro-negros na volta olímpica. Ao passar em frente à torcida corintiana, o sérvio foi alvo de garrafas que, todavia, não o acertaram.

Ronaldinho cresce


O Corinthians continuou ofensivo. Resumo: as duas equipes tiveram chances de abrir o placar logo no início em bolas aéreas. Renato Abreu e Liedson pararam nas boas intervenções dos goleiros. A equipe paulista sofreu uma desvantagem: numa dividida com Felipe, Liedson se contundiu e pediu substituição. Tite lançou Edenilson. O time caiu um pouco de rendimento, mas ainda levava perigo com Willian.

Luxemburgo trocou Wanderley, apagadíssimo, por Diego Maurício, que pouco depois recebeu passe açucarado de Ronaldinho Gaúcho, mas, fominha, não devolveu e desperdiçou a chance. R10, que crescia na partida pela direita, reclamou, e por pouco não desempatou a partida ao girar sobre o marcador pelo meio e bater na trave.

Tite mexeu na armação corintiana: trocou Danilo, exausto, por Morais, para tentar tirar o time do sufoco. Depois, tirou Jorge Henrique, cansado, para promover a estreia de Emerson, o Sheik. O Fla até pressionava, mas esbarrava na fraca atuação de Negueba, que errava todas as jogadas individuais. Na tentativa de melhorar o avanço pelo lado esquerdo, Vanderlei Luxemburgo pôs o estreante Júnior César no lugar de Egídio, que acabou saindo aplaudido.

Visivelmente cansado, o Corinthians tentava segurar uma pressão rubro-negra que também não se traduzia em oportunidades de gol. Mas, no finalzinho, foi Leandro Castán que se aproveitou da fragilidade da zaga rubro-negra pelo alto para quase marcar de cabeça o gol da vitória - Felipe salvou à queima-roupa. O Flamengo tentava o gol no fim, mas, exceto o incansável Willians, as pernas não obedeciam mais. O empate estava de bom tamanho.

Após as homenagens, com direito a placa da presidente do clube, Patrícia Amorim, Pet saía emocionado de campo. Na volta do intervalo, Renato Abreu explicava que deixara o camisa 43 à vontade para bater a falta, mas o próprio homenageado preferiu que o volante fizesse a cobrança. E já com Negueba no lugar do sérvio na segunda etapa, o Flamengo abriu mais o jogo pelas laterais.