Logomarca

Um jornal a serviço do MS. Desde 2007 | Sexta, 29 de Novembro de 2024

Esporte

Pai de Jô teme pela carreira do filho: "Daqui a pouco fica igual ao Adriano"

Por telefone, de São Paulo, ele disse temer que a carreira de Jô termine como a de Adriano Imperador, também conhecido por problemas disciplinares

GloboEsporte.com

15 de Outubro de 2014 - 14:37

Baladas, ausências em treinos, queda de rendimento, jejum de gols. Os últimos meses do atacante Jô no Atlético-MG têm preocupado a diretoria do clube, a torcida, os companheiros de time e até o pai do jogador. Dario de Assis, 59 anos, que já atuou profissionalmente e começou a carreira no Corinthians, assim como o filho, revelou ao site trechos das conversas que vem mantendo com o camisa 7 do Galo desde que ele faltou a treinos pela segunda vez neste ano. Por telefone, de São Paulo, ele disse temer que a carreira de Jô termine como a de Adriano Imperador, também conhecido por problemas disciplinares.

O atacante disse ao pai que vai voltar aos treinos esta semana. Aos jogos também, mas não deverá ser no sábado, quando o Galo recebe a Chapecoense no Independência. Multado pela diretoria, Jô fica no clube até o fim do ano.

- Ele vai ficar até dezembro e depois será negociado. Não tem nenhum clube, a princípio, em vista. Estou preocupado. E disse a ele para tomar cuidado, senão daqui a pouco a carreira dele vai ficar igual à do Adriano - afirmou o pai do atacante.

Dario de Assis garante que, pelo que conversou com o filho, Jô fica no Atlético-MG até o fim do ano, para ser negociado no início de 2015. Deve treinar em separado e dificilmente ficará à disposição para o jogo de sábado com a Chapecoense.

- O que ele fez, não estou passando a mão na cabeça e nem digo que ele está certo. Não foi primeira vez que ele fez isso. E espero que não aconteça de novo. Ele deve muito ao Atlético-MG. O clube e a torcida não merecem isso - avaliou Dario de Assis.

O pai do atacante confirmou que Jô está passando por problemas familiares. Mas não quis confirmar se ele estaria se separando da mulher.

- Conversamos eu, minha esposa e as irmãs, por telefone e por mensagem. Ele chorou, pediu desculpa. Saio na rua e morro de vergonha, ele é uma pessoa pública. Eu moro perto do Corinthians, onde ele começou a carreira, e todo mundo me conhece. Todos me perguntam o que está acontecendo. Ele tem 27 anos, e não posso seguir todos os passos dele. Ele é casado, tem família, tem responsabilidade em casa, mas faltou no trabalho - contou Dario.

Perguntado se o problema dos salários atrasados - o Atlético-MG deve um mês e parte da premiação pelo título da Libertadores - pode ter influenciado no sumiço de Jô, o pai, que jogou por Corinthians, Portuguesa, XV de Jaú e Itumbiara-GO, disse acreditar que não.

- Na conversa, falei com ele que fui profissional e sempre saí pela porta da frente. O Atlético-MG é um bom clube. Atraso de salário é normal em todo clube. E eles vão pagar, o Alexandre Kalil é de palavra, vai pagar, tenho certeza.

Retorno de Jô

O clima de Jô no clube, no entanto, ficou complicado, e Dario sabe disso.

- Vai ser difícil para ele voltar, mas passei força para assumir o que fez e encarar. Ele é o único culpado. O treinador deu várias chances para ele. Mas é assim mesmo. A fase do jeito que vem vai embora.

A situação do atacante pode ganhar novo capítulo na tarde desta quarta-feira. O presidente Alexandre Kalil, que estava viajando, já se encontra em Belo Horizonte. Na terça-feira, ninguém no clube se manifestou oficialmente a respeito do desaparecimento de Jô, todos aguardavam pelo retorno do mandatário.