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Esporte

Presos na Bolívia se dizem inocentes: "Não foi nenhum daqui"

Em seguida, na presença do blogueiro do Timão do GLOBOESPORTE.COM, Ricardo Taves, eles se soltaram e aceitaram, inclusive, ser filmados

Globo Esporte

21 de Fevereiro de 2013 - 16:44

Os 12 torcedores do Corinthians presos  após a morte de um garoto de 14 anos na partida entre San José e Timão, em Oruro, estão dividindo uma cela de 12 metros quadrados e apenas um banheiro nos fundos da "Fuerza Especial de Lucha Contra el Crimen" (Força Especial de Luta Contra o Crime), no centro da cidade boliviana.

Após autorização da fiscal investigativa Abigail Saba, a reportagem do GLOBOESPORTE.COM teve acesso ao local e conversou com os corintianos. Foram dois contatos. No primeiro, eles não quiseram tirar fotos e nem se identificar. Em seguida, na presença do blogueiro do Timão do GLOBOESPORTE.COM, Ricardo Taves, eles se soltaram e aceitaram, inclusive, ser filmados.

Tadeu Macedo Andrade, de 30 anos, foi o porta-voz do grupo. Ele reiterou que nenhum dos detidos atirou o sinalizador. No entanto, não soube identificar quem teria sido o autor do disparo que matou o garoto.

Estamos aqui de bodes expiatórios. Não foi nenhum daqui. Todo mundo sabe, a justiça, a polícia, que não foi a gente (quem atirou o sinalizador). Não sei afirmar quem foi - disse.

Tadeu explicou que o grupo está sem alimento e água. Além disso, reclama que não puderam tomar banho e que estão se alimentando graças a apoio de amigos. Falta chuveiro, água, mas estamos bem. Conseguimos um advogado aqui. Falar para nossas famílias que, cedo ou tarde, vamos sair daqui, porque somos inocentes.

Um a um, os corintianos estão prestando depoimentos a respeito da morte do garoto Kevin Douglas Espada, de 14 anos, atingido por uma cápsula que, de acordo com a polícia boliviana, partiu de um sinalizador aceso pela torcida visitante em Oruro.

Chegamos ao estádio cerca de meia hora antes do jogo, fizemos nossa festa e estávamos na batucada (com a bateria). Foi um acidente, logo depois do gol do Corinthians. Levantamos o bandeirão e aquilo disparou – relatou.

Fomos escolhidos aleatoriamente pela polícia – completou outro preso.

O grupo está apreensivo com possíveis retaliações de torcedores bolivianos. Durante a manhã, porém, o clima foi de tranquilidade – na medida do possível – na sede da delegacia.