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Esporte

Pupo vê "Brazilian Storm" forte e unido em 2015: "Ganhamos respeito grande"

Após inédito título de Medina, atleta da elite espera repetir feito do amigo de infância: "Posso chegar no topo". Pupo fala ainda sobre evolução após cirurgia respiratória

Globoesporte.com

07 de Fevereiro de 2015 - 09:15

Após o primeiro título mundial do Brasil no surfe, conquistado por Gabriel Medina, os surfistas que representam o chamado "Brazilian Storm" ("Tempestade Brasileira") irão tentar repetir o feito histórico, que levou milhares de pessoas às areias de Pipeline, coloridas de verde e amarelo. Foram anos de luta até que um brasileiro completasse a difícil missão em um cenário dominado por australianos, americanos e havaianos - apenas dois sul-africanos haviam quebrado a escrita. Em 2014, o país se sobressaiu tanto na elite como no WQS, a Divisão de Acesso, com outros dois brasileiros no topo: o paulista Filipe Toledo e a cearense Silvana Lima, que coroou o seu retorno à elite das top-16 do WCT em grande estilo. Para Miguel Pupo, que terminou a última temporada em 19º entre 36 competidores da elite, foi um ano de mudanças.  

- Ganhamos um respeito muito grande nos últimos anos. O número de brasileiros no Tour (serão sete em 2015) mostra a evolução do surfista brasileiro. É bom ter nossos amigos competindo junto e torcendo um pelo outro, mostramos uma união que não é comum nos outros países - disse Pupo.

O surfista viveu um ano dramático em 2013, mas com um final feliz. Sofreu uma lesão no tornozelo que o afastou das primeiras etapas e passou por altos e baixos até se garantir no WCT 2014, em Pipeline, no Havaí, última parada do circuito. O paulista que sofria com problemas respiratórios desde a infância - nem mesmo os médicos conseguiam explicar como ele poderia ser um atleta profissional devido a falta de ar - fez uma cirurgia determinante. O procedimento foi um sucesso e o surfista pôde perceber a melhora logo na primeira etapa de 2014, onde venceu o aussie Josh Kerr em Snapper Rocks, na Gold Coast australiana (na ocasião, Medina sagrou-se campeão), dentre outros feitos. 

- A diferença na capacidade respiratória é muito nítida. Consigo dormir tranquilo e respirar pelo nariz. A confiança para 2015 é enorme, sabendo que posso chegar no topo -revelou Pupo, amigo de infância de Medina. 

Antes de estrear na temporada 2015 na elite do surfe mundial, na primeira etapa do ano, de 28 de fevereiro a 11 de março, na Gold Coast australiana, Pupo irá participar do Aberto da Austrália de Surfe, a partir do deste sábado. A etapa do WQS vale 6.000 pontos no ranking de acesso à elite. Pupo entra da segunda fase em uma bateria com o americano Dillon Perillo e outros dois surfistas que passarem pela primeira fase. 

- É uma competição de alto nível. Teremos muitos surfistas do WCT competindo. É bom para aquecer para a primeira etapa do Tour.

Com o surfe no DNA, Miguel é filho de Wagner Pupo, ex-surfista que hoje trabalha como shaper, e irmão de Samuel Pupo, uma das promessas da nova geração da modalidade e patrocinado pela mesma marca que representa o atual campeão mundial. Como Miguel fica boa parte do ano longe da família, antes das viagens, ele aproveita para passar um tempo em Maresias, praia de São Sebastião, no litoral paulista, onde vive. 

- Posso recarregar as energias, ter o apoio da minha família e dos amigos mais próximos. Isso tudo me dá gás e motivação para trabalhar firme, aguentar a saudade de casa e lutar pelos bons resultados.

Após o fim da temporada, o atleta conta que fez um balanço dos seus erros e acertos e acredita que a experiência poderá fazer a diferença em 2015. Os melhores resultados de Pupo em 2014 foram os quinto lugares na Gold Coast australiana e em Hossegor, na França. Os piores foram três 25º lugares (Rio de Janeiro, Fiji e Taiti), sendo dois descartados no fim da temporada. 

- Procurei analisar todos os erros e acertos dos últimos anos. Acredito que esse ano chego mais maduro. Procurei treinar muito, tanto na parte mental como estratégica. Espero ter um ano muito bom - finalizou.