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Esporte

Romarinho volta a brilhar e dá empate ao Corinthians contra o Boca

Uol

28 de Junho de 2012 - 07:25

Nem o mais otimista dos corintianos poderia imaginar que um estreante na Libertadores salvaria o time de uma derrota no primeiro jogo da final. Romarinho saiu do banco de reservas, marcou o gol de empate em plena Bombonera e garantiu o placar de 1 a 1 no duelo contra o Boca Juniors, nesta quarta-feira.

O time deu mais um passo rumo ao título mais esperado em 101 anos. São 90 minutos e uma vitória simples no próximo dia 4, no Pacaembu, que separam a Fiel do mais sonhado grito de campeão. Qualquer resultado de igualdade leva a decisão para a prorrogação, já que o critério de desempate de gols marcados fora de casa não vale para a final. Se o resultado se mantiver, a partida vai para a disputa de pênaltis.

Foto 54 de 66 - Romarinho comemora após marcar o gol de empate do Corinthians contra o Boca Juniors em La Bombonera. Atacante mostrou que tem estrela. Jogador já havia se destacado ao marcar os dois gols da vitória por 2 a 1 no clássico contra o Palmeiras, no Pacaembu, no último domingo, pelo Campeonato Brasileiro. Nesta quarta-feira, ele entrou durante o segundo tempo do jogo em La Bombonera, mais uma vez foi às redes e definiu o empate por 1 a 1 Daniel Garcia/AFP

O Corinthians foi testado desde o início do dia na capital argentina. O período da tarde foi agitado com uma greve de trabalhadores perto de onde a delegação alvinegra estava hospedada, na região central da cidade. Várias ruas próximas ao hotel corintiano ficaram interditadas, com passeatas, caminhões de som, e milhares de pessoas gritando contra o governo. No trajeto até o estádio, o ônibus da delegação ainda foi alvo de pedradas. Mas nada que afetasse o desempenho em campo.

Jogando com o apoio de 47550 mil torcedores, o Boca tomou a iniciativa da partida com o domínio da posse de bola. Usava bem a passagem dos laterais e jogava bola na área, mas encontrou um adversário bem à maneira de seu comandante: equilibrado.

Sem se assustar com o caldeirão da Bombonera, o Corinthians segurou o ímpeto inicial e começou a se soltar. Pressionou a saída de bola e explorava bem sua melhor característica, a marcação, com uma linha de quatro na defesa bem protegida por Ralf e Paulinho.

E foi de Paulinho o primeiro chute perigoso da partida. Após passar por Schiavi, o meia chutou para Orion espalmar. Emerson também não quis passar despercebido. Diferentemente do apagado trio formado Danilo, Alex e Jorge Henrique, o Sheik assustou a defesa. No entanto, ficou mais marcado pelos desentendimentos com rivais, que custou cartões amarelos para Riquelme e Roncaglia - este, inclusive, poderia ter sido expulso.

O Corinthians aproveitava bem as oportunidades no contra-ataque levando perigo ao gol de Orion. Mas viu o Boca melhorar e por pouco não abrir o placar no belo voleio de Santiago Silva aos 33 minutos. Para sorte da Fiel, o questionado Alessandro estava lá para interceptar.

Ainda no primeiro tempo, Jorge Henrique sentiu um desconforto na coxa e foi substituído por Liedson. No intervalo, Cassio resumiu bem o espírito do time. “A pressão é lá fora, aqui dentro tem que ter tranquilidade. Um jogo difícil, é decisão de Libertadores, vamos continuar tendo atenção”.

O segundo tempo foi bem mais eletrizante e aberto. A bronca no vestiário parece ter surtido efeito e o Boca voltou bem mais agressivo para o segundo tempo obrigando o Corinthians a recuar em seu campo de defesa.

A equipe brasileira já não dava os mesmos sinais de maturidade e apresentava até certa sonolência ao dar espaços ao experiente Boca Juniors. A postura alvinegra fez Cassio trabalhar bastante e exigir de cada centímetro de seus 1,95 m.

Os comandados de Tite até tentavam chegar nos contra-ataques, mas era dominado pelo time da casa que contava com sua ensurdecedora torcida. O esforço foi premiado com um gol 'chorado' e polêmico de Roncaglia que Chicão tentou salvar com a mão.

O trauma da Libertadores parecia voltar a atormentar os corintianos, mas Romarinho vivia dia iluminado. Três minutos depois de entrar no lugar de Danilo, recebeu de Sheik e teve frieza de tetracampeão ao tocar na saída de Orion aos 40 minutos. Já nos acréscimos, Viatri acertou a bola no travessão de peixinho causando calafrios à Fiel, mas Cvitanich não aproveitou a sobra.

Tite ainda teve tempo de substituir Alex por Wallace, mas o árbitro apitou o fim do jogo e decretou o empate para alívio e delírio da torcida corintiana.