Esporte
Sonolento, Tricolor conta com faro de gol de Dagoberto para selar sua vaga
Sem forçar o ritmo, São Paulo soube controlar o Goiás, venceu por 1 a 0 e se garantiu nas quartas da Copa do Brasil, quando terá o Avaí pela frente
Globo Esporte
28 de Abril de 2011 - 08:00
A cada jogo do São Paulo em 2011, Dagoberto dá provas de que vive a melhor fase de sua carreira. Autor do gol que garantiu a vitória sobre o Goiás por 1 a 0, no estádio Serra Dourada, na semana passada, o camisa 25 repetiu o feito nesta quarta-feira, no estádio do Morumbi. Na noite em que o São Paulo, mais preocupado com a semifinal do Campeonato Paulista, no sábado, contra o Santos, jogou apenas para o gasto, Dagoberto, mais uma vez, foi decisivo: o time paulista está nas quartas de final da Copa do Brasil.
Com o tento marcado, o atacante chegou a 13 na temporada, sendo nove no Paulista e quatro na Copa do Brasil. Para se ter uma ideia de como as coisas estão dando certo, o ano de 2011 está em abril ainda e o jogador já se aproxima do rendimento de 2010, quando marcou 15 vezes.
Com mais um triunfo por 1 a 0 sobre os esmeraldinos, o Tricolor garantiu presença na próxima fase e agora terá o Avaí pela frente. A equipe catarinense despachou o Botafogo da competição e promete dificultar para o time do Morumbi, que luta pela inédita conquista. Os jogos serão realizados nos dias 4 e 11 de maio e a ordem dos duelos será definida por sorteio na CBF.
As duas equipes agora voltam o foco para os estaduais. Se o Tricolor terá o Santos pela frente, o Goiás fará uma das semifinais do Goiano contra o Vila Nova. No primeiro jogo, o time esmeraldino venceu por 1 a 0 e, por isso, tem a vantagem do empate.
Jogo morno e Dagoberto decisivo no primeiro tempo
A noite desta quarta-feira inicialmente prometia a reestreia do atacante Luis Fabiano com a camisa 9 do São Paulo. Porém, como o jogador ainda está longe de suas melhores condições físicas, a comissão técnica preferiu não arriscar e mandou a campo o mesmo time que atuou no jogo de ida contra os goianos, no Serra Dourada, na última semana. A ausência do Fabuloso não freou o entusiasmo do torcedor que, apesar da forte chuva que caiu na capital paulista, compareceu em ótimo número ao estádio do Morumbi: mais de 32 mil pessoas.
Dentro de campo, pode-se dizer que o São Paulo teve o domínio total da partida, embora tivesse faltado inspiração. O Goiás, que entrou em campo no esquema 4-4-2 e tinha a obrigação de marcar pelo menos um gol para levar a decisão para os pênaltis, começou a se complicar logo aos seis minutos, quando o goleiro e capitão Harlei sentiu uma lesão muscular na coxa esquerda e precisou ser substituído.
Sem uma referência ofensiva, o São Paulo apostou no trio Marlos, Ilsinho e Dagoberto, que se movimentava por todo o campo e buscava a troca rápida de passes. O Goiás, em desvantagem, também resolveu sair para o jogo, embora faltasse qualidade para levar perigo ao gol defendido por Rogério Ceni.
Aos 12, surgiu a primeira chance são-paulina: Casemiro arrancou pelo meio, tabelou com as pernas de um defensor esmeraldino, avançou e bateu de pé direito, obrigando Pedro Henrique a fazer boa defesa. Sete minutos depois, saiu o gol: Amaral tocou para Zé Antônio, que escorregou e deixou a bola livre para Carlinhos Paraíba. Este armou o contra-ataque e rolou para Dagoberto. Em ótima fase, o camisa 25 bateu cruzado, no canto direito adversário, para marcar 1 a 0 e fazer o seu 13º gol na temporada e quarto na Copa do Brasil.
Com a vantagem, o São Paulo diminuiu sua velocidade e passou a esperar o Goiás atacar para surpreender no contra-ataque. O time de Artur Neto, com claras limitações técnicas, chegou duas vezes. Aos 30, Marcelo Costa cobrou falta pela direita, Rogério Ceni falhou na saída do gol, e Ernando não aproveitou a sobra. Aos 41, Hugo chutou e o camisa 1 do Tricolor defendeu. Casemiro, antes do final do primeiro tempo, teve uma chance de ouro para marcar o segundo, após belo passe de Alex Silva, mas demorou para chutar e foi desarmado.
Jogo fraco no segundo tempo
Na volta para o segundo tempo, uma surpresa no São Paulo: Rhodolfo, machucado, cedeu seu lugar a Xandão. O Goiás, que a esta altura precisava de dois gols, assustou logo no começo, quando Robert desceu pela direita e cruzou na medida para Oziel que, sozinho na área, chutou por cima do gol de Rogério Ceni. O Tricolor respondeu aos oito, com Miranda que, após cobrança de escanteio de Dagoberto, exigiu boa defesa de Pedro Henrique. Aos 11, Ilsinho só não marcou porque foi travado na hora da finalização por Ernando.
Com o passar do tempo, o São Paulo voltou a se tornar burocrático. Diante de um adversário que lutava muito, mas não tinha técnica, a equipe relaxou e o torcedor começou a vaiar. Depois, passou a pedir insistentemente pela entrada de Rivaldo. Aos 23, Dagoberto teve uma grande chance, mas exagerou no preciosismo e foi desarmado por Carlos Alberto. Esse lance fez a galera perder a paciência de vez. Para amenizar a ira das arquibancadas, Carpegiani chamou Rivaldo para entrar em campo. Aos 34, ele ficou com a vaga do apagadíssimo Marlos.
Em 14 minutos, ele fez mais que o camisa 11. Aos 40, ele deu passe açucarado para Jean que, cara a cara com Pedro Henrique, chutou em cima do goleiro. Quatro minutos depois, ele repetiu a dose para o mesmo Jean, que invadiu a área pelo lado direito e bateu cruzado, para fora. No fim, apesar da fraca apresentação são-paulina, o torcedor aplaudiu.