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Esporte

Tardelli diz que clima não estava legal na Seleção e elogia trabalho de Dunga

Escalado ao lado de Neymar, o atacante de 29 anos não tem atuado centralizado, como fazia o seu antecessor

Globo Esporte

21 de Outubro de 2014 - 08:46

Diego Tardelli é o novo camisa 9 da seleção brasileira. A função que foi de Fred na Copa do Mundo, agora é do jogador do Atlético-MG, que admite que os seus primeiros momentos na equipe de Dunga foram cercados de um clima de desconfiança contra os convocados, já que o Brasil havia protagonizado pouco tempo antes um quarto lugar traumatizante durante o Mundial.

- Quando cheguei tinha aquele momento de desconfiança. Fiquei sabendo que o ambiente não era legal, mas Dunga deu confiança aos jogadores, o trabalho interno é muito bom. Ele está sendo coerente e estou aproveitando essa oportunidade, que é única. Já tive outras, fiquei em uma lista de 30 nomes para a Copa. Talvez não fosse o meu momento. Encaro essa como a última chance, sei que tenho grandes chances de estar em uma Copa, que é meu sonho. Estou bem, mentalmente focado e preparado para estar na Seleção. Não esperava que fosse assim, que fosse bem em três jogos, entrosando com o quarteto, mas estou feliz, espero mais oportunidades e permanecer de vez na Seleção - disse.

Escalado ao lado de Neymar, o atacante de 29 anos não tem atuado centralizado, como fazia o seu antecessor. Com maior liberdade, pode flutuar e jogar pelas pontas, abrindo caminho para os atletas que vêm de trás. Foi assim que marcou dois gols na vitória por 2 a 0 contra a Argentina, em jogo válido pelo Superclássico das Américas.

- Minha preocupação era essa, ser o nove, a referência. Sendo que não tenho característica de ser um nove, de trombar com zagueiro, como fazem Fred, Jô e Henrique do Palmeiras. Dentro das minhas características, procurei me movimentar, que é meu ponto porte, vir de trás, como contra o Japão, quando deixei Neymar na cara do gol, e era isso que eu queria fazer. O futebol mudou e eu precisava ter essa leitura. Pela cobrança do nove, pela cobrança em cima do Fred, eu precisava fazer algo diferente na Seleção - explica.

O pedido de movimentação, segundo o jogador, veio do próprio técnico Dunga, que não queria que ele fizesse a função de centroavante fixo.

- Do primeiro ao último jogo, Dunga me deu essa liberdade. Conversamos antes do primeiro jogo e ele não me queria parado na frente. Nessa função, eu, Oscar, William, Neymar rodamos. Às vezes, o Neymar está como nove e eu volto, às vezes é o Oscar. Temos essa leitura, e isso confunde o adversário. Desde o jogo da Argentina, é nítido como a gente se movimenta - diz.

Dunga convoca na próxima quinta-feira os jogadores para os amistosos da seleção brasileira em novembro. O Atlético-MG, porém, deverá pedir a liberação de Tardelli caso ele seja chamado, já que o time pode estar na final da Copa do Brasil. A Seleção enfrenta Turquia e Áustria nos dias 12 e 18 de novembro, e o primeiro jogo da decisão do torneio nacional será no mesmo dia do primeiro amistoso. Além disso, o time mineiro terá compromissos pelo Campeonato Brasileiro - competição na qual briga por uma vaga na Libertadores do ano que vem - nos dias 16 (Figueirense) e 19 (Flamengo).