Esporte
Vadão diz que optou por "risco" de amistosos difíceis e explica teste de Andressa Alves na lateral
Para o treinador da Seleção, como são apenas 23 convocadas à Copa, ele precisa ter jogadoras versáteis.
Globo Esporte
06 de Março de 2019 - 13:50
A seleção brasileira feminina encerrou sua participação na She Believes Cup na noite desta terça-feira com uma derrota diante dos Estados Unidos - no total, foram três partidas disputadas e nenhum ponto somado. O Brasil ainda perdeu para Japão e Inglaterra, que acabou campeã. O técnico Vadão comentou que sabia da dificuldade da competição, poderia ter optado por amistosos mais fáceis, mas escolheu correr o risco de encarar rivais mais fortes.
- A gente sabia que o torneio seria muito difícil visto é que os Estados Unidos estavam jogando em casa e jogaram conosco sem chance de serem campeões. A gente sabia que o torneio seria difícil. Poderia ter escolhido amistosos mais fracos sabendo que muitas atletas que estavam aqui com a gente estavam fora de ritmo de jogo, que não tinham jogado, que a gente não tinha feito trabalho em conjunto. Por exemplo: a última vez que estivemos juntos foi na primeira data Fifa em janeiro, de 14 até o dia 21. Depois a gente não esteve mais com as atletas. A gente montou o time aqui porque o período que ficamos no Brasil foi um período que ficamos com parte das jogadoras. E a outra parte das atletas não estava lá. Reencontramos aqui no torneio. Fazia tempo que a gente não jogava, fazia tempo que não treinávamos juntos. Mas todo esse risco sabíamos que nós íamos correr. Se não a gente teria não aceito a programação desse torneio e feito alguns jogos mais simples. Aí sim começaria a montar a equipe testando e vendo. Só ficou mais difícil porque o tempo era curto - afirmou Vadão.
O treinador ainda declarou que foi ruim não ter garantido pontuação na competição, mas disse que viu um Brasil atuar de igual para igual diante dos adversários no torneio nos Estados Unidos.
Sobre Andressa Alves ter atuado como lateral esquerda diante dos Estados Unidos, o técnico justificou colocando que, como são apenas 23 convocadas para a Copa do Mundo, que começa em 7 de junho, na França, ele precisa ter opções no grupo de jogadoras que atuem em mais de uma posição até pelo número restrito de atletas. Por isso, optou por testa-la na posição.
- Em relação à Andressa Alves, não foi nem o fato de querer achar um lugar para ela. A gente não fica procurando lugar para ninguém. O que a gente tem que saber é o seguinte: se você vai fazer uma convocação, essa convocação vai ser feita com antecedência porque a Fifa obriga, você só pode levar 23. Três são goleiras, obrigatoriamente, e você tem que fazer exatamente o que: naquelas 20 atletas, levar jogadoras que a gente entende que serão as que vão disputar o Mundial. Para isso, precisamos testar algumas atletas que têm condição de jogar em várias posições para saber até onde podemos ir depois em uma emergência. Você vai priorizando aquilo que entende que é melhor - justificou.
- Por exemplo, a Marta joga como meia, joga como segunda atacante e joga como atacante de beirada, como ela terminou ontem o segundo tempo do jogo. É o momento para você fazer experiências. Não tenho mais tempo para isso. Agora eu só tenho uma data Fifa com mais um ou dois jogos que vão acontecer e depois é o Mundial. Era o momento oportuno. Esse risco do torneio infelizmente a gente teve que pagar com um ônus. Ou não vir para o torneio e pegar amistosos de um nível mais baixo e começar devagar. A gente entendeu que era melhor começarmos num ritmo forte para termos uma noção do estágio que a gente está.
PRESSÃO POR RESULTADOS
- Em relação à pressão a gente está acostumado. Logicamente que a pressão aumentou, não pontuamos, e logicamente que existe uma pressão um pouco maior. Mas dentro dessa pressão um pouco maior umas críticas que eu não concordo, que são direcionadas. Não vou entrar no mérito porque os resultados não foram satisfatórios. Mas o desempenho nosso não foi ruim. Muito pelo contrário em relação ao final do ano passado.
ESQUEMA TÁTICO USADO DIANTE DO EUA
- Eu não vi o esquema como nenhum empecilho até porque variou. Quando a gente precisou que a Marta voltasse um pouco mais por dentro mudava 4-3-3 para 4-4-2. Não foi determinante em hipótese alguma. Acho essa questão aí é a única parte que eu não me preocupo. Se jogar no 4-4-2, se puxar para o 4-3-3 em alguma oportunidade, eu acho que não vai ser isso que vai modificar e modificaria o desempenho da equipe. Acho que o esquema não foi determinante. O que foi determinante mesmo foi condicionamento físico, entrosamento, algumas atletas ainda em recuperação. A gente esperava que a Fabiana viesse, que a Cristiane viesse. Acabaram se lesionando na última hora. É uma série de coisas que a gente poderia já ter colocado aqui para ir amadurecendo a equipe. Então, tem tudo isso. Mas o esquema em si não é preocupante por esse lado.