Esporte
Varejão exalta progresso da Seleção para pleitear vaga nas Olimpíadas
O resultado não foi o esperado, mas a atuação brasileira foi considerada razoável pelos jogadores e comissão técnica
Gazeta Esportiva
19 de Março de 2015 - 13:36
A Seleção Brasileira de basquete ainda não tem vaga garantida nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro 2016. Embora a maioria das equipes do país-sede seja automaticamente classificada para a competição, algumas modalidades não concedem vagas diretas e a participação nos Jogos depende dos critérios de cada federação, como é o caso do esporte da bola laranja. A Federação Internacional de Basquete (Fiba) anunciou que só irá tomar a decisão em junho, após congresso da entidade, e a demora pode atrapalhar o planejamento da comissão técnica para os próximos meses. Porém, mesmo diante da indefinição, o pivô Anderson Varejão não tem dúvidas de que o basquete brasileiro, respaldado pelas campanhas recentes, entrará em quadra na cidade maravilhosa.
Não consigo ver o Brasil fora das Olimpíadas. A Seleção Brasileira vem mostrando excelentes resultados nas últimas competições internacionais, como na Copa do Mundo da Espanha 2014 e Jogos Olímpicos de Londres 2012. Além disso, o crescimento e a evolução da modalidade no país também são motivos mais do que suficientes para que o Brasil tenha sua vaga confirmada, afirmou o jogador do Cleveland Cavaliers em entrevista.
Em Londres, o Brasil avançou para as quartas de final, mas foi eliminado pela Argentina por 82 a 77, ficando em quinto lugar na classificação geral. Após o vexame na Copa América 2013, com quatro derrotas em quatro jogos e a eliminação ainda na primeira fase, a participação no Mundial só aconteceu devido ao convite da própria Fiba, disputado por outras 13 seleções. Entre os critérios para obter o wild card, estavam a popularidade do basquete no país, a qualidade das equipes, o impacto do Mundial no desenvolvimento do esporte, apoio do governo federal e compromisso das estrelas em participar da competição, além de interesses dos parceiros comerciais, dos organizadores e dos donos dos direitos de transmissão do evento. No fim das contas, a Confederação Brasileira de Basquete (CBB) e os outros países candidatos precisaram pagar 500 mil euros (cerca de R$ 1,5 milhão na época) à Fiba para concorrerem ao convite.
Ao menos na Espanha os comandados de Rúben Magnano conseguiram a revanche, atropelando os rivais sul-americanos por 85 a 65 nas oitavas. No entanto, caíram para a Sérvia por 84 a 56 na fase seguinte e terminaram em sexto.
O resultado não foi o esperado, mas a atuação brasileira foi considerada razoável pelos jogadores e comissão técnica. O problema é que a falta de um posicionamento atrapalha a programação da equipe. Sem uma definição, a Seleção ainda não sabe se dependerá da Copa América 2015 Pré-Olímpico da modalidade disputado em agosto na cidade de Monterrey, no México para garantir a inclusão nos Jogos do Rio. Acredito que a nossa comissão técnica já esteja montando um planejamento para que qualquer tipo de prejuízo à nossa preparação, em função desse anúncio tardio, seja minimizado, acrescentou o pivô.
Embora não tenha conversado com Magnano sobre a postura da Fiba, Varejão garante que ninguém está confortável com a atual condição. Pára o capixaba, a CBB e o Comitê Olímpico do Brasil (COB) devem se unir para encontrar uma solução, ainda mais diante do visível progresso da modalidade no país.
Essa é uma situação em que CBB e COB estão juntos, e precisam mostrar à Fiba o quão importante é a presença da modalidade nos Jogos. Hoje, o basquete é um dos esportes que mais chamam a atenção do público brasileiro. E a Seleção Brasileira vem mostrando seu potencial, conquistando resultados importantes nos principais torneios e ajudando também no desenvolvimento do esporte. O basquete está crescendo muito, está estruturado e com credibilidade, conquistando fãs, e é fundamental que esteja presente em 2016, explicou.
Em dezembro do ano passado, Varejão rompeu o tendão de Aquiles no duelo dos Cavaliers com o Minnesota Timberwolves pela temporada regular da NBA, se submeteu a uma cirurgia e passou os últimos dois meses parado. Na semana passada, ele voltou a treinar arremessos, ao mesmo tempo em que segue com a fisioterapia para acelerar a recuperação, mas está fora do restante da temporada da liga norte-americana. Como a previsão de retorno é apenas em setembro ou outubro, o pivô não deve estar à disposição de Magnano caso o Brasil precise buscar a vaga no Pré-Olímpico em Monterrey, mas espera que a Fiba de fato conceda uma vaga direta à Seleção. De acordo com o atleta, o fator casa no Rio de Janeiro vai incentivar ainda mais a equipe verde-amarela na busca do inédito título olímpico.
Jogar em casa, com o apoio dos brasileiros, ao lado de família e amigos, é uma motivação especial, uma emoção única. Poder disputar uma competição como essa no nosso país é diferente. Já estamos sentindo essa ansiedade por parte do povo e da imprensa. Tem um significado diferente e a expectativa é enorme, mas precisamos ter a vaga confirmada antes para podermos seguir sonhando em participar dos Jogos do Rio, finalizou o capixaba.