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Fábrica de lingeries abre unidade no presídio e filial do Quebra Coco vai funcionar a partir de junho
A fábrica está instalada em uma parte de um barracão, com 170m², construído com recursos oriundos das penas de prestação pecuniária.
Redação/ Região News
28 de Maio de 2023 - 19:40
A partir desta segunda-feira (29) devem começar chegar ao Quebra Coco as máquinas de costura da unidade de produção da Carolina Paiva Lingerie planejada para o distrito com previsão de gerar 30 empregos a partir de junho. A comunidade aguarda pelo início da produção da fábrica desde janeiro do ano passado.
A Prefeitura reformou o prédio antigo da escola municipal e a Energisa fez a ligação de energia elétrica. A inauguração seria no último dia 22, foi cancelada na última hora, porque as máquinas ainda não haviam chegado. Na última semana sexta-feira a empresa inaugurou uma fábrica que funcionará no presídio de Dois Irmãos do Buriti que terá produção mensal de mais de 40 mil peças, empregando 35 internos.
A fábrica está instalada em uma parte de um barracão, com 170m², construído com recursos oriundos das penas de prestação pecuniária e do Conselho da Comunidade de Dois Irmãos do Buriti, e verbas próprias, com investimentos de R$ 55.454,58. Para a oficialização da ocupação laboral dos internos na fábrica, foi firmado um convênio entre a Agepen e a empresa Carolina Paiva Lingerie, em conformidade com os protocolos legais exigidos.
Dados apresentados pelo diretor-presidente da Agepen, Rodrigo Rossi Maiorchini, apontam que hoje são 216 convênios firmados para ocupação da mão de obra prisional em Mato Grosso do Sul, garantindo trabalho a 38% da massa carcerária. "Quando entrei para trabalhar na Agepen, em 2005. eram pouco mais de 6 mil presos em todo o estado; hoje é o número que temos de internos trabalhando, e isso é possível graças a dedicação de heróis anônimos, que são os policiais penais, e também das parcerias que construímos, o que possibilita a transformação de vidas", disse o dirigente em discurso.
Proprietária da fábrica de lingeries, a empresária Cristiane Paiva ressaltou que a fábrica é a realização de um sonho. "Tem muita gente envolvida, estávamos no processo de adaptação e agora vamos trabalhar com a capacidade máxima", agradeceu. "Podemos ajudar no processo de ressocialização, ao mesmo tempo em que temos inúmeros benefícios como empresa, além de termos mão de obra que muitas vezes falta lá fora", complementou o sócio Ailton Paiva.
Trabalho que está sendo enxergado como uma importante oportunidade para interno Valdir da Silva Vieira, um dos trabalhadores da oficina. "É um aprendizado, uma profissão. Que a sociedade saiba que a gente está aqui, mas precisa de uma nova chance. Então estou pegando essa oportunidade, aproveitando o máximo possível, pois eu tenho família e quero votar para ela", disse. Pelo trabalho, ele e seus companheiros recebem 3/4 do salário mínimo e remição de um dia na pena a cada três de serviços prestados.