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Geral

Polícia desmente casos de sequestro de crianças para retirada de órgãos

O alerta de que crianças estão sendo sequestradas na Capital espalhou-se pelo WhatsApp e Facebook.

Campo Grande News

22 de Novembro de 2016 - 16:43

“O PCC (Primeiro Comando da Capital) deu um ‘salve geral’ aí que eles pegaram uma encomenda de órgãos infantis. Eles tem que pegar órgãos de crianças de um a quatro anos de idade. Eles estão sequestrando essas crianças e tirando os órgãos delas e consequentemente elas morrem. Então, evitem que as crianças fiquem nas ruas, fiquem bem atentos, porque a coisa é séria.”

São mensagens de texto e voz como está acima que têm levado terror a pais e mães de Campo Grande recentemente. O alerta de que crianças estão sendo sequestradas na Capital espalhou-se pelo WhatsApp e Facebook, mas a polícia não recebeu qualquer denúncia de casos como este e, ainda, avisa a população sobre o fato de ser crime o compartilhamento de boatos.

“Temos conhecimento dessas mensagens, inclusive, algumas chegaram em meu celular particular, mas até agora não temos nenhum desaparecimento de criança registrado nestas circunstâncias. Todo desaparecimento é investigado e até agora não houve nenhum que indicasse isso”, explica o delegado titular da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), Paulo Sergio Lauretto.

As diferentes versões dos textos compartilhados no Facebook e no aplicativo WhatsApp apontam que crianças estariam sendo sequestradas na porta de escolas ou por fotógrafos que assediam as crianças com o pretexto de fazer fotos.

Outro boato dá conta que os supostos criminosos estariam agredindo as mães para levar seus filhos. Em todos estes casos, as mensagens apontam que as vítimas do rapto seriam mortas para o roubo de órgãos.

Junto com as mensagens, áudios também são compartilhados, com mães que supostamente conhecem as vítimas, descrevendo como a ação ocorreu e até de supostas vítimas dando detalhes dos crimes.

Entre os "alertas" mentirosos, o mais recente compartilhado, é o áudio de uma mulher que diz que trabalha no shopping Campo Grande, mas não se identifica. Ela alerta aos pais ao dizer que “uma criança acaba de ser sequestrada na praça de alimentação.”

“Isso nunca chegou a nós, caso tivesse chego, seria investigado. Mesmo assim, acho difícil uma pessoa sequestrar uma criança em pleno shopping center, com câmeras e seguranças por todos os lados. É absurdo”, considera o delegado.

Investigadora especialista em casos de desaparecidos na Capital, Maria Campos, também tranquiliza aos pais, quanto às mensagens em questão: “Qualquer registro de desaparecimento em Campo Grande hoje passa por mim e, até agora, eu não vi nenhum caso sequer parecido com estes. Acredito que não seja verdade”, afirma a policial.

A Polícia Civil e Militar reforçou que não consta nenhum atendimento de ocorrência desta natureza na Capital.

Crime - Segundo a polícia, se identificado quem deu início ao boato, o responsável pode responder por crimes como calúnia ou denunciação caluniosa. E se ficar comprovado que a pessoa inventou ou quis prejudicar alguém com falsas histórias, a pessoa pode responder judicialmente.