Internacional
Negociação para libertação de reféns se aproxima de um acordo com o Hamas
Otimismo entre autoridades a frente das negociações é uma realidade, embora negociações ainda possam fracassar e um acordo possa estar a dias de distância.
CNN Brasil
19 de Novembro de 2023 - 20:59
Uma recente tentativa de acordo para garantir a libertação de 50 reféns que o Hamas mantém em Gaza pede uma pausa de quatro a cinco dias, disseram à CNN duas fontes familiarizadas com as negociações.
Um acordo ainda não foi alcançado e as negociações já somam semanas. No entanto, os negociadores de vários países, incluindo altos funcionários da administração Biden, expressam otimismo sobre o progresso das negociações.
A observação é que algumas lacunas nos principais pontos de discórdia começaram a diminuir, disseram fontes, embora as negociações ainda possam fracassar e um acordo possa estar a dias de distância.
“Achamos que estamos mais próximos do que estivemos em qualquer momento desde que essas negociações começaram semanas atrás”, disse o vice-assessor de segurança nacional Jon Finer a Jake Tapper da CNN no domingo (19). Finer não entrou em detalhes das negociações e enfatizou que não há um acordo final em vigor.
Em um sinal de quão tênues têm sido as negociações, duas fontes disseram à CNN que, nos últimos dias, o Hamas suspendeu as negociações pelo menos uma vez. Uma das muitas questões levantadas pelo grupo terrorista, e que parece ter levado o Hamas a fechar abruptamente as negociações, foi o ataque de Israel ao hospital Al-Shifa, em Gaza.
Uma questão-chave ainda a ser finalizada é como implementar o acordo, inclusive em torno dos envios de ajuda para Gaza, disse no domingo uma fonte familiarizada com as negociações, após uma reunião entre o primeiro-ministro do Catar e Brett McGurk, coordenador da Casa Branca para o Oriente Médio. O Catar serviu como principal interlocutor nas negociações.
As discussões mais recentes propuseram a libertação escalonada de reféns civis, com pausas potencialmente aumentando depois que o Hamas permitir uma libertação inicial de um número significativo de reféns capturados, segundo as fontes.
Israel apresentou uma lista de aproximadamente 100 reféns civis que deseja incluir no acordo, disse uma fonte à CNN. Israel exigiu publicamente que todos os reféns fossem libertados. O Hamas indicou que estaria disposto a libertar 50 reféns durante uma pausa de vários dias. Mais reféns, cerca de 20 a 25, poderão ser libertados depois disso, à medida que as pausas forem prolongadas.
O Hamas disse que precisa de pausas nos combates para reunir os reféns que estão detidos em diferentes locais e por diferentes grupos aliados do Hamas em Gaza.
O Conselho de Segurança Nacional e a embaixada de Israel nos EUA recusaram-se a comentar sobre essa afirmação. A Embaixada do Catar nos EUA não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
Ainda há detalhes a serem resolvidos sobre a ajuda, com Israel expressando preocupação de que as pausas e o auxílio aos civis palestinos possam ser usados pelos combatentes do Hamas.
O Hamas inicialmente solicitou 500 caminhões de ajuda por dia, disse uma das fontes. Uma fonte disse que não foi alcançado nenhum acordo sobre quantos caminhões de ajuda humanitária poderiam entrar em Gaza, mas que mais de 200 camiões eram um desafio logístico.
Também há dúvidas sobre como inspecionar os caminhões e quais pontos de entrada seriam utilizados. A ajuda, incluindo combustível e óleo de cozinha para padarias, continuariam a chegar após as pausas iniciais para os reféns.