Justiça
Tribunal mantém na cadeia os 4 envolvidos na morte do pintor Magno
Eles serão provavelmente julgados pelo tribunal do júri por homicídio qualificado por motivo fútil e ocultação de cadáver.
Redação/Região News
17 de Junho de 2024 - 08:15
Os quatro envolvidos na morte do pintor Magno Fernandes, que foi enterrado agonizando no quintal da casa onde morava na Rua Evaristo Roberto Ferreira, continuarão presos. Eles serão provavelmente julgados pelo tribunal do júri por homicídio qualificado por motivo fútil e ocultação de cadáver. As penas podem chegar a 30 anos de prisão.
Decisão do Tribunal
A 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça decidiu por unanimidade manter a prisão de João Pedro Lopes e Otávio Miguel dos Santos. O relator, desembargador Fernando Paes, destacou a gravidade do delito e a necessidade de resguardar a ordem pública: "O decreto prisional está embasado na gravidade concreta dos delitos imputados ao paciente, eis que este, juntamente com outros denunciados, teriam enterrado a vítima ainda com vida, sendo este o modo de execução do homicídio. A prisão cautelar encontra-se devidamente fundamentada na necessidade imperiosa de resguardar a ordem pública, diante da gravidade concreta do delito e do indicativo de periculosidade social do paciente."
Prisões e Investigações
Otávio e João Pedro estão presos desde 22 de maio. Jailson da Conceição dos Santos Souza foi capturado dois dias depois em Nova Alvorada do Sul, e Natally Machado teve a prisão preventiva decretada no dia 25 do mês passado. Natally é neta de dona Elma Machado, que encontrou o cadáver de Magno ao arrancar um pé de mandioca.
João Pedro confessou ter matado Magno em maio do ano passado com a ajuda de Otávio e Jailson. Magno foi enterrado vivo no quintal de sua própria casa após ser agredido a marteladas na cabeça e esfaqueado na barriga. Em fevereiro deste ano, Natally registrou um boletim de ocorrência contra João Pedro, que teria ameaçado fazer com ela o mesmo que fez com Magno. Essa denúncia redirecionou a investigação policial para esse núcleo familiar.
Participação de Natally
Durante as investigações, constatou-se que Natally teve participação no crime. Ela avisou o namorado no dia do crime que a vítima estava em casa, sabendo que os outros três autores estavam indo até lá para matá-lo. Também forneceu materiais de limpeza para que os autores limpassem o local no dia seguinte ao homicídio. A motivação do crime foi uma disputa pelo terreno da família.
Natally acompanhou os trabalhos investigativos da polícia e participou de duas buscas no terreno em busca do cadáver, comportando-se como se nada soubesse, embora soubesse que os restos mortais de Magno estavam enterrados no local.
O Caso
Magno desapareceu em maio do ano passado, mas a família só registrou o boletim de ocorrência por desaparecimento em novembro. As buscas começaram e testemunhas foram ouvidas. A investigação ganhou nova direção quando Natally procurou a polícia para denunciar estar sendo ameaçada por João Pedro, três meses antes do cadáver ser encontrado. Ela relatou que ele disse que faria com ela o mesmo que fez com Magno, mas achou que ele estava apenas blefando.
João negou envolvimento no crime até que decidiu confessar, fornecendo detalhes sórdidos e implicando os outros dois participantes, Otávio e Jailson. Ele relatou que ao chegar à casa de Magno, armado com um martelo e em companhia de Otávio e Jailson, entrou em luta corporal com a vítima. Otávio imobilizou Magno, permitindo que João Pedro o golpeasse repetidamente com o martelo até ele desmaiar. Após deliberarem no quintal, os três decidiram enterrar Magno ainda vivo após esfaqueá-lo várias vezes na barriga.
Detalhes do Homicídio
João Pedro contou que quando chegou na casa de Magno, em companhia de Otávio e Jailson, entrou em luta corporal com a vítima, que chegou a tomar o martelo das mãos dele. Otávio deu uma gravata em Magno, que foi ao solo. Neste instante, João foi para cima do pintor, chutando-o e golpeando-o com o martelo até ele desmaiar.
Os três foram para o fundo do quintal para decidir o que fazer. Quando voltaram, Magno começou a se mexer. João Pedro decidiu matar o pintor, golpeando-o novamente com o martelo até ele desfalecer. Em seguida, Otávio, Jailson e João Pedro se revezaram esfaqueando-o várias vezes na barriga. Magno ainda estava vivo quando os três decidiram enterrá-lo no quintal.