Mato Grosso do Sul
Calorão gera fila de até 15 dias para serviços de ar condicionado
Houve aumento das vendas e instalações, porém empresário relatam não conseguir atender.
Correio do Estado
27 de Setembro de 2023 - 13:33
A onda de calor que passa pelo Estado também tem gerado mudanças no setor de serviços de venda, instalação e manutenção de ar condicionado. Uma empresa de Campo Grande relata que há fila de 15 dias e que até parou de aceitar novos atendimentos momentaneamente.
Segundo Carlos José Borro de Oliveira, dono da Alto Controle MS, empresa que oferece esses serviços, o setor está sobrecarregado de demandas.
“Tivemos um aumento exponencial na última semana, provocado pela forte onda de calor, na maioria chamados para manutenção, equipamento perdendo eficiência”, relata.
O especialista explica que esse tipo de perda poderia ser evitada com plano de manutenção preventiva, mas durante o inverno o equipamento fica esquecido e acaba acumulando sujeira, comprometendo o aparelho.
Em função disso, quando o calor retorna, há alta demanda e fica quase impossível atender a todos os clientes.
“Também aumentou as vendas dos aparelhos novos e instalações novas, porém não conseguimos atender todos os chamados, com agendamento médio para 15 dias e não estamos mais aceitando novos agendamentos, enquanto não finalizar ou diminuir a espera, a fim de evitar mau estar com clientes”, disse.
O empresário conta que os clientes antigos são compreensíveis, os quais também ganham prioridade em razão da fidelidade.
“Ao longo dos anos estamos passando o conceito para os clientes que ar condicionado é item de engenharia, não eletrodomésticos, requer instalação com capacitação técnica, ferramentas específicas, treinamento e conhecimento para manter o equipamento dentro do que foi projetado, o ideal é consultar um especialista antes de comprar, para evitar transtornos como, comprar marcas ruins, capacidade que não condiz com o ambiente, falhas de segurança nas instalações entre outras”, explicou.
Preços
Carlos conta, ainda, que priorizou manter os valores cobrados, mesmo com aumento da demanda, mas muitas empresas não fazem o mesmo. Leitores do Correio do Estado relatam já ter pagado o dobro de um preço comum por serviços do gênero nesses últimos dias.
“Tem muito oportunista nessa época, fazem de qualquer jeito, depois somem, prejudica a categoria e as empresas sérias”, diz o empresário. Segundo ele, aparelhos novos tiveram um aumento de até 15%, dependendo do modelo, e os estoques estão sem reposição.
Além disso, o empresário conta que a baixa dos rios da bacia amazônica está prejudicando o escoamento da produção na zona franca de Manaus, o que prejudica ainda mais a reposição dos estoques.
Picos de energia
O aumento do uso de aparelhos de ar condicionado reflete, inclusive, em apagões recorrentes nos últimos dias, após picos no período noturno.
Na noite de segunda-feira (25), segundo a Energisa, em Campo Grande, foram 11 bairros afetados: Parque Residencial Rita Vieira; Pioneiros; Monte Castelo; Vila Vilas Boas; Jardim Los Angeles; Universitário; Jardim Parati; Jardim Centenário; Santo Amaro; Jardim TV Morena; e Carandá Bosque.
Em Dourados, três bairros ficaram sem energia: Parque Alvorada; Cachoeirinha; e Água Boa. A última cidade afetada foi Itaporã, que registrou queda de energia na Vila Pioneira e na Vila Cristo Rei.
Na noite desta terça-feira (26), houve apagões novamente em bairros de Campo Grande, conforme relatos de moradores da Capital.
A Energisa informa que com as temperaturas chegando a 42°C e com a demanda de energia atingindo nova máxima histórica, os clientes devem declarar a carga utilizada para cálculo de demanda por localidades.