Clínica que mantinha pacientes em cárcere privado é interditada

A Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul descobriu mais uma comunidade terapêutica operando irregularmente em Campo Grande. A Comunidade Terapêutica Filhos de Maria mantinha 95 pacientes em condições degradantes, sendo dopados e sem atendimento médico adequado. A operação foi coordenada pelo Núcleo de Atenção à Saúde (NAS) e pelo Núcleo Institucional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos (Nudedh) na última sexta-feira (25), resultando na constatação de graves violações, como cárcere privado, sequestro e lesão corporal.

Durante a inspeção, foram encontrados pacientes em estado de abandono, sem o suporte de médicos, psicólogos ou assistentes sociais. A única profissional presente era uma enfermeira, enquanto os internos apresentavam ferimentos e doenças sem cuidados adequados. A Defensoria atuou em conjunto com o Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT), que também participou da inspeção. Além do resgate imediato dos pacientes, a Polícia Civil foi acionada, e o responsável pela clínica foi levado à delegacia para prestar esclarecimentos.

A Defensoria coordenou ainda o retorno dos pacientes às suas famílias, em parceria com a Secretaria de Assistência Social e a Subsecretaria de Direitos Humanos do município. Além disso, ações judiciais estão sendo preparadas para responsabilizar os envolvidos. Este caso é parte de uma ação contínua da Defensoria, que já havia desmantelado outra clínica irregular no ano passado, onde também foram constatadas condições desumanas, como tortura e cárcere privado.