Mato Grosso do Sul
Força-tarefa faz nova ação contra 'Names'
Investigação apura extorsão contra o dono da casa no bairro Monte.
G1
07 de Outubro de 2020 - 10:38
A força-tarefa da Omertá deflagrou nesta quarta-feira (7) uma nova ação para cumprir 4 mandados de prisão e mais 4 mandados de busca e apreensão contra a milícia armada suspeita de execuções no Estado.
Nesta fase, segundo afirmou ao G1 a delegada Daniella Kades, está sendo apurada a extorsão contra o dono da casa no bairro Monte Líbano, onde estava escondido um arsenal de armas do grupo criminoso.
A defesa de Jamil Name, Thiago Bunning, disse que participará hoje de audiência da Omertá, mas, não tem conhecimento oficial dessa nova fase operação e, por isso, não irá se pronunciar.
"Temos o mandado de prisão contra Jamil Name, Jamilzinho e Euzébio de Jesus Araújo, conhecido como nego bel. O último é o Benevides Cândido Pereira, que é a pessoa quem fazia pagamentos e depósitos de bancos para a quadrilha. Ele era o único quem estava de tornozeleira eletrônica e foi preso agora", disse a delegada.
Conforme kades, a polícia também esteve em quatro endereços, sendo três deles do vereador Ademir Santana. A reportagem tentou contato com ele, porém, o celular está desligado.
A ação foi deflagrada pela Delegacia Especializada em Repressão à Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros (Garras), em conjunto com Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Os presos estão sendo levados para delegacia.
Batizada de Snowball, a delegada diz que o nome se refere as extorsões que estavam sendo feitas para o dono do imóvel onde estavam as armas. "A vítima ia se endividando cada vez mais com as ameaças e as extorsões feitas com o grupo, uma bola de neve, por isso o nome", finalizou.
Operações
Em setembro, na primeira fase da Omertá, Jamil Name e Jamil Name filho foram presos junto com outras várias pessoas, entre elas policiais civis. O Supremo Tribunal Federal já autorizou a transferência de Name pai para a Penitenciária Federal de Campo Grande.
Em março deste ano, na segunda fase, o Gaeco esteve no apartamento de Jerson Domingos, apreendeu armas e ele foi levado para delegacia.
Jerson é irmão da esposa de Jamil e também ele teria levado o sobrinho para se esconder de uma possível ação policial, teria avisado alguém para destruir provas e, em bilhete sobre plano de matar autoridades, seria quem iria conseguir as armas para as execuções. A defesa dele nega todas as acusações do Gaeco e diz que a relação com o cunhado e com o sobrinho é apenas familiar.
Na terceira fase da operação Omertá, foram presos mais policiais civis, um terceiro sargento da Polícia Militar e um policial federal. Este último é apontado pelo Gaeco como a pessoa que fazia a sondagem da rotina dos alvos e o militar, quem acessava o sistema da segurança pública para saber sobre futuros alvos.