Logomarca

Um jornal a serviço do MS. Desde 2007 | Segunda, 25 de Novembro de 2024

Mato Grosso do Sul

Os homens e o ciúme doentio: MS registra 7,5 mil casos de violência

Psicóloga explica como funciona a tênue distância entre ciúmes.

Midiamax

06 de Outubro de 2020 - 14:03

Os homens e o ciúme doentio: MS registra 7,5 mil casos de violência
Foto: Leonardo de França

“Achei que estava me traindo”. Esse é um dos principais motivos relatados em boletins de ocorrência de agressão contra mulheres em Mato Grosso do Sul. Por trás da ‘justificativa’ dos agressores, na maioria homens, estão os efeitos causados nas vítimas, como a perda da liberdade individual e traumas que podem levar anos para serem curados. Outro ponto em comum entre os milhares de casos desse tipo e que antecede os crimes é o ciúme doentio.

Do dia 1º de janeiro de 2020 até esta segunda-feira (5), foram registrados 7.568 casos de violência doméstica em Mato Grosso do Sul. Desses, 2.613 apenas em Campo Grande. Os dados são da Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública) e estão enquadrados na categoria de crimes contra a liberdade individual.

“Ela [a vítima] relatou aos agentes que após chegarem em casa de uma festa, o marido, sob efeitos de bebida alcóolica passou a agredi-la e que ele bateu sua cabeça no chão da residência. A mulher também apresentava perfurações no dedo e escoriações no ombro”

“Segundo o boletim de ocorrência, as agressões começaram quando o casal discutiu por desconfiança de traição sendo que o autor jogou a mulher no chão e passou a espancá-la com chutes no rosto causando vários ferimentos e a deixando ensanguentada”

A psicóloga, servidora pública e mestre em psicologia Luiza Nabarrete, 31 anos, aponta o ciúme como uma das causas principais de violência doméstica. “Em maior ou menor grau, todos já sentiram ciúmes um dia. Todos temos algum tipo de insegurança. Quando ele é operado de modo irracional, vira uma patologia”, explica.

As agressões físicas, verbais e que, muitas vezes, tiram a vida de mulheres, cometidos pelos seus próprios parceiros, seja namorados, maridos ou conviventes, dizem muito mais sobre o agressor do que sobre a vítima.