Mato Grosso do Sul
Produção industrial de MS continua estável em setembro, aponta Radar da Fiems
O levantamento também apontou que em setembro a ociosidade média na indústria sul-mato-grossense foi de 31%.
Daniel Pedra/Fiems
01 de Novembro de 2018 - 16:11
A produção industrial sul-mato-grossense manteve em setembro o mesmo ritmo do mês de agosto, permanecendo estável no período, de acordo com a Sondagem Industrial realizada pelo Radar Industrial da Fiems junto a 85 empresas no período de 1º a 15 de outubro de 2018. Pelo levantamento, 64,7% das empresas disseram que o nível de produção foi estável no mês de setembro, quando comparado com agosto, quando esse resultado foi de 54,1%.
“Já a participação das empresas com aumento na produção foi menor, saindo de 24,7% em agosto para 14,1% em setembro, enquanto a participação daquelas que tiveram queda ficou igual nos dois meses, fechando em 21,2%. Por fim, com esse desempenho o índice de evolução da produção passou a marcar 47,2 pontos em setembro, abaixo, portanto, da linha divisória dos 50 pontos, indicando que não houve crescimento da produção em relação ao mês anterior”, detalhou o coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems, Ezequiel Resende.
O levantamento também apontou que em setembro a ociosidade média na indústria sul-mato-grossense foi de 31%, enquanto em agosto foi de 30%. “Esse desempenho se refletiu na avaliação do uso da capacidade instalada, com o índice alcançando 42,8 pontos. Resultados abaixo dos 50 pontos indicam que, na média geral, a utilização foi inferior ao usual para o mês. A sondagem mostrou que, em setembro, a utilização da capacidade instalada ficou abaixo do usual para 30,6% dos respondentes, igual ao usual para 56,5% e acima para apenas 11,8%”, explicou Ezequiel Resende.
Condições financeiras
As condições financeiras seguem longe do ideal, pois, de um modo geral, os empresários industriais de Mato Grosso do Sul se mostraram insatisfeitos com a margem de lucro operacional de suas empresas no terceiro trimestre deste ano, com o indicador alcançando 40,4 pontos. “Comportamento semelhante foi verificado em relação às condições de acesso ao crédito e situação financeira geral da empresa, com os indicadores alcançando 37,3 e 44,2 pontos, respectivamente”, informou o economista.
Ele reforça que, em Mato Grosso do Sul, no terceiro trimestre 40% dos empresários industriais consideraram ruim a margem de lucro operacional obtida no período. “Na mesma comparação, o acesso ao crédito foi considerado difícil por 27% dos empresários, enquanto 24,7% responderam não ter buscado crédito no trimestre. Já a situação financeira geral da empresa foi avaliada como ruim por 25,9% dos participantes. Por fim, 58,8% responderam que houve aumento dos preços das matérias-primas utilizadas”, pontuou.
Expectativas
O índice de expectativa do empresário industrial revela que a demanda marcou 53,3 pontos, sinalizando expectativa de aumento para os próximos seis meses a partir de outubro, enquanto o índice de contratação de trabalhadores atingiu 48,3 pontos, indicando que o número de empregados deve recuar nos próximos seis meses a partir de outubro, e o de exportação assinalou 53,5 pontos, demonstrando que as vendas externas ainda devem aumentar nos próximos seis meses a partir de outubro.
Já o índice de intenção de investimento do empresário industrial alcançou 52,6 pontos em outubro, indicando elevação de 4,9 pontos sobre o mês anterior. Contudo, considerando os últimos sete meses, o indicador apresenta uma retração acumulada de 9,2 pontos. “Até aqui, as decisões de investimento dos empresários seguem influenciadas, em boa medida, pelas dificuldades observadas quanto ao ritmo de recuperação da atividade econômica e pelo elevado e persistente nível de desemprego”, analisou Ezequiel Resende.
ICEI
Em outubro, o Índice de Confiança do Empresário Industrial de Mato Grosso do Sul (ICEI/MS) alcançou 56,2 pontos, indicando aumento de 1,8 ponto em relação a setembro. “Considerando os últimos oito meses, o indicador apresenta uma retração acumulada de 5 pontos. Além disso, o índice de confiança de outubro de 2018 é 3,8 pontos inferior ao registrado no mesmo mês de 2017”, revelou o economista.
Em outubro, 25,9% dos respondentes consideraram que as condições atuais da economia brasileira pioraram, no caso da economia estadual, a piora foi apontada por 23,5% dos participantes e, com relação à própria empresa, as condições atuais estão piores para 20% dos empresários. Além disso, para 58,8% dos empresários não houve alteração nas condições atuais da economia brasileira, sendo que em relação à economia sul-mato-grossense esse percentual foi de 61,2% e, a respeito da própria empresa, o número chegou a 60,0%.
Por fim, para 10,6% dos empresários as condições atuais da economia brasileira melhoraram, enquanto em relação à economia estadual esse percentual também chegou a 10,6% e, no caso da própria empresa, o resultado foi de 15,3%. “Já os que não fizeram qualquer tipo de avaliação das condições atuais da economia brasileira, estadual e do desempenho da própria empresa responderam igualmente por 4,7%”, resumiu Ezequiel Resende.
Próximos seis meses
O coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems informa que, em outubro, 11,8% dos respondentes disseram que estão pessimistas em relação à economia brasileira. “Em relação à economia estadual, o resultado alcançou 9,4% e, quanto ao desempenho da própria empresa, o pessimismo foi apontado por 9,5% dos empresários. Os que acreditam que a economia brasileira deve permanecer na mesma situação ficou em 38,8%, sendo que em relação à economia do Estado esse percentual alcançou 42,4% e, a respeito da própria empresa, o número chegou a 34,1%”, demostrou.
O levantamento também aponta que 44,7% dos empresários se mostraram confiantes e acreditam que o desempenho da economia brasileira vai melhorar, enquanto em relação à economia estadual esse percentual chegou a 43,6% e, no caso da própria empresa, 49,4% dos respondentes confiam numa melhora do desempenho apresentado. “Os que não fizeram qualquer tipo de avaliação das expectativas em relação à economia brasileira, estadual e do desempenho da própria empresa responderam por 4,7%, 4,7% e 7,1%, respectivamente”, finalizou o economista.