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Dólar hoje tem leve alta em início de semana repleta de dados e balanços
No próximo dia 7 de novembro, os comitês de política monetária dos BCs brasileiro e americano divulgam novas decisões sobre os juros em seus países.
Página 1 News
28 de Outubro de 2024 - 10:33
O dólar operava com leve alta nas primeiras negociações desta segunda-feira, mas se mantinha acima de R$ 5,70, enquanto investidores se posicionam para uma semana repleta de dados econômicos e continuam de olho em novas notícias sobre a eleição presidencial dos Estados Unidos e as tensões no Oriente Médio.
Qual a cotação do dólar hoje?
Às 9h14 (horário Brasília), o dólar à vista subia 0,11%, a 5,711 na compra e na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento DOLc1 tinha alta de 0,12%, a R$ 5,720.
Na sexta-feira, o dólar à vista fechou em alta de 0,76%, cotado a R$ 5,7066.
O Banco Central fará nesta sessão leilão de até 14.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 2 de dezembro de 2024.
Dólar comercial
- Compra: R$ 5,711
- Venda: R$ 5,711
Dólar turismo
- Compra: R$ 5,741
- Venda: R$ 5,921
O aumento da diferença entre os juros nos Estados Unidos – em queda – e os brasileiros – em ciclo de alta – foi o principal motor da valorização de 2,53% do real ante o dólar no terceiro trimestre deste ano. A expectativa do mercado financeiro era de que a alta da Selic combinada aos juros baixos lá fora seguisse atraindo investimentos para cá e apreciando nossa moeda. Mas esta tese está ameaçada.
Indicadores de emprego divulgados na semana passada nos EUA mostraram que o mercado de trabalho segue aquecido. A inflação ainda não chegou ao nível ideal, mas parece sob controle e, por isto, o mercado passou a projetar que o Federal Reserve (banco central dos EUA, Fed) vai promover cortes menores nos juros. Isto deixaria o investimento no Brasil menos atrativo, já que daria para ganhar mais dinheiro investindo na segurança da maior economia do mundo.
“Havia uma expectativa de uma distância entre os juros brasileiros e americanos aumentando 100 pontos-base (pb, ou um ponto percentual) só em novembro, com Fed reduzindo 0,5 pb e Copom aumentando 0,5 bp; mas tivemos surpresas positivas na inflação daqui, com IPCA-15 mais fraco do que o esperado e os EUA afastaram um temor de recessão”, explica Lucas Farina, analista econômico da Genial Investimentos.
No próximo dia 7 de novembro, os comitês de política monetária dos BCs brasileiro e americano divulgam novas decisões sobre os juros em seus países. As mudanças de expectativa citadas por Farina derrubariam a diferença entre Selic e Fed Funds de 6,75 ponto percentual para 6,5. Já se a expectativa da minoria (13%) dos investidores brasileiros se cumprir, com alta de apenas 0,25 ponto percentual da Selic, a distância seria ainda menor, de 6,25 ponto percentual.
Dólar vai disparar?
Se o maior diferencial de juros, que ajudou a segurar o real no último trimestre, está ameaçado, por que, então, bancos e corretoras não estão aumentando as projeções para o dólar?
Itaú e Santander divulgaram revisões de cenário na última sexta-feira (4) sem mudanças na estimativa de dólar a R$ 5,40 no fim de 2024. No Boletim Focus, a mediana das projeções também segue no mesmo patamar.
A explicação está em um cabo de guerra com notícias favoráveis ao real. Se de um lado a diferença menor de juros pressiona para um dólar mais alto, dois fatores puxam a corda para o outro lado: estímulos da China ao setor imobiliário e a elevação da nota de crédito do Brasil pela Moody’s.
Para Farina, o preço das commodities potencialmente mais alto e a possibilidade de entrada do estrangeiro no País “podem mais do que compensar” o diferencial de juros menor, já que as medidas devem atrair investimentos nas empresas brasileiras.
Além disso, conflitos no Oriente Médio fizeram o petróleo ganhar valor, o que pode fazer dinheiro estrangeiro entrar no Brasil via petrolíferas.
O Itaú parece concordar com esta visão e projeta dólar caindo para R$ 5,20 em 2025. “A possível retomada do crescimento mais forte da economia chinesa, através do novo pacote de estímulos anunciado pelo governo em setembro, pode ajudar a sustentar os preços das commodities e beneficiar o real adiante”.
Gibertoni diz que “o diferencial de juros está fazendo a parte dele” e o valor justo para o dólar é de R$ 5,35, mas “prêmio de risco é natural; por isso, pode chegar a R$ 5,40 ou até R$ 5,45”.