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Policial

Fantástico mostra presos de MS do semiaberto passeando

O vídeo mostrou que uma parte do grupo de presos não quer saber de trabalhar nas ruas, como é o acordo com a justiça

Midiamax

06 de Dezembro de 2010 - 10:05

O programa "Fantástico" mostrou em reportagem nesta noite (5) a rotina de "trabalho" dos presos do regime aberto e semi-aberto da Capital e também de Ponta Porã. Na matéria veiculada, a reportagem televisiva mostrou os presos do presídio da Gameleira e também os albergados.

O vídeo mostrou que uma parte do grupo de presos não quer saber de trabalhar nas ruas, como é o acordo com a justiça.

Segundo a reportagem, os presos saem às 6h da manhã para "limpar as ruas" da Capital, mas muitos deles não vão trabalhar efetivamente. Um deles é Eleandro Silva de Souza, condenado por assalto a mão armada. A filmagem mostra o preso indo a um posto de gasolina e de lá saindo na garupa de uma moto.

Já o apenado Alexsandro Bezerra de Oliveira, condenado por tráfico de drogas sai para "trabalhar" e entra em um ônibus para ir até um bairro da periferia de Campo Grande. De acordo com a reportagem, nas três datas em que as filmagens foram realizadas o preso não trabalhou.

Encarregado de "fiscalizar os presos" o fiscal da prefeitura Oscar Willian declarou que "desconhecia a informação", disse ele a equipe de repórteres televisivo. E o presidente do sindicato dos agentes penitenciários Fernando Anunciação explicou que deveria ter a fiscalização.

Albergados

No semi-aberto urbano a situação é a mesma, o vídeo mostrado durante o programa mostra que os presos saem ou de moto ou de carro e a maioria não vai realmente trabalhar. Esse é o caso do detento Tamiro Mota da Silva, condenado também por tráfico.

De acordo com o que foi apurado pelo Fantástico, ele declarou que era atendente de um bar na periferia da Capital. Mas ao sair do presídio (albergue) entra em um carro Gol branco e vai "passear pela cidade".

Exterior

A reportagem seguiu para Ponta Porã, a menos de 100 metros da fronteira com Pedro Juan na fronteira com o Paraguai. Os presos só poderiam sair do Brasil com autorização judicial e a reportagem ainda denunciou que alguns dos apenados trabalham para o tráfico de drogas durante o período que estão fora do presídio.

A denúncia foi comentada pelo secretário Estadual de Justiça e Segurança Pública, Wantuir Jacinni, que garantiu que será feita uma auditoria em todos os contratos de trabalho apresentado pelos presos.

"Vamos fazer uma auditoria em todos os contratos para verificar a responsabilidade da fiscalização dos contratos. Aqueles presos que estiverem cometendo irregularidades, que não estiverem trabalhando ou que estiverem cometendo crimes serão responsabilizados por isso",afirmou Jacini à reportagem.

De acordo com Luciano Losekam, do Conselho Nacional de Justica, o preso, para ter o beneficio do regime aberto ou semi-aberto deve obrigatoriamente estar trabalhando ou estudando e comprovar isso.

"A lei prevê que ele deve ter alguma atividade, ou trabalho ou estudo. Em alguns casos, ambos. Ele vai buscar um empregador. Esse empregador vai atestar que ele está trabalhando em determinado período e ele se recolhe ao estabelecimento prisional, durante a noite", explica o juiz.

No Brasil, atualmente são 440 mil presos com 72 mil em regime semi-aberto. Os repórteres também mostraram a rotina dos presos de uma cidade de São Paulo e do Maranhão.

O programa seguiu a rotina de 28 detentos que declararam a Justiça estarem trabalhando, 20 deles estão na verdade "na boa vida".