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Policial

Polícia conclui e encaminha nesta segunda-feira ao MP inquérito sobre a morte de Luiz Otávio

Ivan Alyffer Albuquerque Rocha, 23 anos, deve ser denunciado pela Promotoria por homicídio doloso qualificado.

Flávio Paes/Região News

16 de Junho de 2019 - 20:17

Polícia conclui e encaminha nesta segunda-feira ao MP inquérito sobre a morte de Luiz Otávio

Exatos 9 dias após o assassinato de Luiz Otávio Santana de Lima, um garoto de 11 anos morto com um tiro no peito, na Fazenda Furnas, zona rural de Sidrolândia, a Polícia Civil de Sidrolândia já concluiu o inquérito que será encaminhado nesta segunda-feira ao Ministério Público.

Ivan Alyffer Albuquerque Rocha, 23 anos, deve ser denunciado pela Promotoria por homicídio doloso qualificado (quando há intenção de matar), por motivo torpe, majorado (agravado) pela vítima ser uma criança. Além disso, se a Promotoria levar em conta o depoimento de uma das vítimas, poderá agregar à denúncia outra qualificadora, vingança como motivação do crime.

A Polícia ouviu mais de 10 testemunhas e uma delas, parente de Luiz Otávio, garantiu que Ivan Alyffer teria premeditado o crime como forma de se vingar da família da criança. Familiares da vítima denunciaram o assassino por violência doméstica o que lhe custou três meses de prisão. Ele é casado com uma prima do menino.

A tese da vingança como motivação do crime é sustentada por Nilton Vargas Lemes, tio de Luiz Otávio. “Ele pediu a arma emprestada, chamou a família para ir a fazenda e até mesmo arrumou um carro para levar todos, porque sabia o que ia fazer”. Ao chegar na propriedade, a Fazenda Furna, região do Cerro Corá, chamou Luiz e o irmão de 13 anos para irem caçar jacaré com uma arma artesanal calibre 22.

De acordo com Nilton, o sobrinho de 13 anos contou que, depois que o trio se afastou da família, Ivan teria sacado a arma e dito para Luiz: “Ajoelha, pede perdão e reza, porque você vai morrer hoje”. Os meninos ficaram em choque e não entenderam a situação, até que Ivan ameaçou novamente e apontou a arma.

Neste momento, o irmão fugiu correndo, momento em que ouviu o som de um disparo. Quando ele olhou para trás, viu o suspeito tentando carregar a arma mais uma vez. “Ele [o sobrinho de 13 anos] achou que ia ser morto também, mas a arma demorou demais para ser carregada”, pontuou o tio. A família foi avisada e chegou ao local, onde Luiz estava baleado. O menino teria dito à mãe: "Foi o Ivan que atirou em mim". E em seguida perguntou: "Será que vou morrer?".

Luiz Otávio morreu a caminho do hospital. O tiro atingiu o garoto nas costas e atravessou o abdômen. Ivan foi preso e, em uma de suas versões, disse que foi tentar atirar em um jacaré, quando a vítima entrou na linha de tiro. No entanto, a polícia contesta a versão alegando que sequer havia uma lagoa perto do local onde o crime aconteceu.