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Policial

SIG ouve acusado de triplo homicídio

A arma foi encontrada dentro de um berço, numa casa do pesqueiro, de propriedade do sogro

Dourados Agora

09 de Dezembro de 2010 - 17:18

Acompanhado do advogado de defesa, o criminalista Isaac Duarte de Barros Júnior, o empresário Júnior de Souza Pereira, preso após a polícia de Dourados cumprir um mandado de prisão expedido pela Justiça do Paraná, pelo envolvimento em tráfico de drogas, prestou depoimento no final da tarde da última terça-feira, ao delegado Humberto Peres Lima, a respeito da morte de José Elio Lavandoski, do filho Maicon Elio Marques Lavandoski e de Manoel Leal de Araújo.

O comerciante também foi autuado em flagrante por posse ilegal de arma de uso restrito das forças armadas de Israel, depois que a polícia encontrou uma pistola calibre 9 milímetros de fabricação israelense, com pente municiado, um pente de pistola 380 e ainda mais vários projéteis do mesmo calibre. A arma foi encontrada dentro de um berço, numa casa do pesqueiro, de propriedade do sogro, onde Júnior mora com a esposa desde janeiro desse ano.

Durante interrogatório o empresário negou qualquer participação no triplo homicídio e também no desaparecimento dos corpos das vítimas. Ele acusou ainda Marcos Aurélio, que é dono de um lava-rápido, na cidade, de ser o mandante do crime.

Segundo ele o crime teria sido motivado por uma dívida. Ele teria recebido de Manuel uma pick up Fiat/Strada como parte do pagamento da dívida de Acácio Aguero, com quem ele tinha negócios e que lhe devia cerca de R$ 45 mil. Júnior disse ao delegado que Manuel também devia para o Marcos Aurélio, que ficou sabendo da transação e resolveu receber a sua dívida. Na tarde do dia 7 de setembro, uma pessoa identificada como Paulo, que é da família de Manoel teria dito ao empre-sário, que Manuel havia saído para ir a um supermercado e depois iria ver um caminhão no Posto da Base e não mais retornou. No dia seguinte Júnior teria ligado para Paulo para saber notícias de Manoel, sendo informado que ele ainda não havia aparecido.

Ainda em interrogatório Júnior disse que um mês depois desse episódio encontrou Dirceu Vasques, que é tio da sua esposa. Ele relatou que este aparentava estar drogado. Durante conversa, que ocorreu numa lanchonete que é de sua so-gra, Dirceu teria dito ao empresário que o desaparecimento de Manoel não tratava de um golpe, afirmando que o proble-ma estava bem perto dele.

“O Dirceu me disse que ele e o Zé Goré tinham participado de toda a ação a mando de Marcos Aurélio. Foi ele que ti-nha mandado matar Maicon e Manoel. Naquele momento não dei tanta importância porque ele estava drogado”, ressalta no interrogatório assinado por ele.

O empresário informou ainda que dias depois encontrou com Marcos, que confessou que a dívida de Manoel não se tratava de um financiamento e que com ele não tinha “pilantragem”. Júnior também contou que Marcos chegou a amea-çá-lo dizendo que se acontecesse algum problema com relação ao desaparecimento das vítimas ele seria responsabilizado. Marco teria usado a seguinte frase: “mandei fazer a horta no quintal da sua casa”. Diante das informações ele concluiu que os corpos estariam enterrados próximo ao pesqueiro do sogro dele, onde estava morando.

Passadas cerca de duas semanas o empresário teria procurado Dirceu exigindo que este contasse tudo e mostrasse o local onde os corpos foram enterrados, o que ocorreu. No entanto Júnior disse que não cavou a procura dos corpos, porque o local não parecia haver covas. Ele também disse que não procurou a polícia por temer novas ameaças de Marcos. “Me disse que se eu não tivesse problema com a polícia teria com ele”, ressaltou no interrogatório.

Ele acrescentou que Marcos escondeu os corpos próximo do pesqueiro onde morava, para que servisse de bode expi-atório. O dono do lava-rápido, acreditava que o empresário estava criando obstáculos para que recebesse sua dívida.

Marcos Aurélio continua foragido. A polícia está à procura dele para que preste depoimento referente as acusações feitas por Júnior durante o interrogatório.