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Política

Derrotado do PMDB na Capital deve selar fim da parceria Trad/Puccinelli

A derrota de Edson Giroto deve selar o rompimento da aliança que une a família do prefeito e o governador André Puccinelli.

Marcos Tomé/Região News

28 de Outubro de 2012 - 20:50

Além de encerrar um ciclo administrativo de 20 anos do PMDB em Campo Grande (iniciado com Juvêncio Cesar da Fonseca), a vitória de Alcides Bernal (PP), com sua eleição para prefeito da Capital, pode sacramentar também uma rearrumação na composição das forças políticas que hoje comandam o Governo e a Prefeitura da maior cidade de Mato Grosso do Sul.

A derrota de Edson Giroto deve selar o rompimento da aliança que une a família do prefeito e o governador André Puccinelli. Pelas previsões de alguns assessores mais próximos de André, Nelsinho não deve assumir uma Secretaria no Governo em 2013, conforme se anunciou, como plataforma para sua candidatura ao Governo em 2014.

Com a derrota na sucessão municipal, ele perde para a vice-governadora Simone Tebet a condição de nome preferencial do governador para disputar sua sucessão. Isto, na eventualidade de PMDB e PT não reproduzirem na sucessão estadual, a aliança na disputa presidencial.

A partir do ano que vem, o prefeito, logo após um período de férias, pretende voltar às suas atividades profissionais no consultório médico. No primeiro turno o candidato do PMDB além de não defender no horário eleitoral a administração de Nelsinho das críticas dos outros seis candidatos, chegou a endossá-las (caso específico da saúde), Giroto assumiu a paternidade das obras que realizou enquanto foi secretário municipal de Obras, embora o prefeito fosse Nelsinho.

Assessores do governador por sua vez, reclamaram do pouco envolvimento do prefeito na campanha majoritária. Ele teria se dedicado muito mais a eleger uma bancada fieis de seis vereadores, inclusive um sobrinho, Otavio Trad. Nesta campanha do segundo turno, o prefeito além de aparecer muito pouco nos programas de Edson Giroto, perdeu espaço para a vice-governadora, que só ano passado transferiu seu domicilio eleitoral para Campo Grande.

Simone Tebet recebeu tratamento de liderança emergente, com direito a indicação antecipada para comandar na Capital um programa social ("o coração de mãe") que criou quando foi prefeita de Três Lagoas para oferecer reforço escolar e atividades culturais e de lazer, a alunos do ensino fundamental.

O prefeito, que segundo o IBOPE faz a administração mais bem avaliada entre as capitais, não se queixou durante toda a campanha de ter sido "esquecido" do horário eleitoral, mas sintomaticamente seu primo, o deputado federal, Luiz Henrique Mandetta, postou em seu facebook um artigo-desabafo que traduziu bem o estado de espírito da família diante do tratamento dispensado a Nelsinho nesta campanha.

Mandetta diz que Giroto não fez uma defesa clara das "inúmeras conquistas da minha morena, Campo Grande. Deixou de se posicionar claramente sobre conquistas nas políticas sociais e entendeu que as obras se ocupariam de atender sozinhas as expectativas da cidade".