Governador Puccinelli fica próximo de ser convocado para depor na CPI do Cachoeira

Depois do depoimento à CPI, ontem, do contador do Rubmaier Ferreira de Carvalho, apontado pela Polícia Federal como contador do esquema criminoso de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, ter revelado que a Delta repassou cerca de R$ 300 milhões a uma das empresas de fachada do contraventor, a Brava Construções, o clima esquentou na CPI.

Com o depoimento do contador, o primeiro e substancial aos deputados e senadores que compõem a CPI, o deputado Filipe Pereira informou à reportagem do Midiamax que houve intensa pressão sobre o presidente da Comissão, senador Vital do Rego, do PMDB, para que delibere sobre uma lista 300 nomes em requerimentos apresentados à CPI, e convoque os principais depoentes indicados.

A próxima reunião deliberativa será na terça-feira (14), segundo a assessoria do deputado carioca.

O deputado ainda informou que indicou o nome do governador André Puccinelli por conta de denúncias de compra de licitações da Delta no estado, tanto em obas licitadas pelo Dnit quanto pelo estado. É isso exatamente que consta em seu requerimento, datado de 30 de maio.

O ambiente favorável às convocações cresceu porque os R$ 300 milhões que o contador Rubmaier Ferreira de Carvalho garantiu que a Delta repassou à Brava tiveram origem em obras superfaturadas da Delta. No MS, a Delta recebeu aditivos em suas obras da ordem de R$ 23 milhões. No país, a empreiteira que agora se encontra em recuperação judicial recebeu aumento de 60% em seus contratos.

Este fato foi apontado tanto nas auditorias do Tribunal de Contas da União (TCU) quanto em outras feitas pela Controladoria Geral da União (CGU), que incluem obras inspecionadas no Mato Grosso do Sul.

Até agora, três governadores foram ouvidos pela CPI: Marconi Perilo (PSDB), de Goiás; Agnelo Rossi (PT) do Distrito Federal e Sérgio Cabral (PMDB), do Rio de Janeiro.

Principal operador do esquema assinou contratos no MS

O principal operador do esquema de Cachoeira, Cláudio Abreu, era quem controlava os negócios da Delta na região Centro-Oeste, que inclui o MS.

Um dos contratos assinados por Cláudio Abre foi o da revitalização da MS-377, em trecho de 128 quilômetros da rodovia que liga os municípios de Água Clara e Inocência. Claudio Abreu, que foi preso pela PF junto com Carlinhos Cachoeira, manteve-se calado em curto depoimento, mas será novamente reinquirido.

Ontem, o governador Puccinelli esteve em Brasília, para audiência no Ministério da Saúde, e retornou pela manhã, segundo informações de sua assessoria.