Política
Juiz eleitoral em MS pede prisão de diretor de site por não remover vídeos
Google não cumpriu decisão que mandou retirar vídeos do YouTube, diz juiz. G1 MS tentou contatar empresa, mas não obteve retorno da assessoria
G1 MS
24 de Setembro de 2012 - 07:13
O juiz eleitoral Flávio Saad Peron, da 35ª Zona Eleitoral de Campo Grande, decretou na última quinta-feira (20) a prisão em flagrante de um diretor do Google Brasil. O motivo da prisão seria crime de desobediência, pois segundo a decisão judicial, a empresa não teria retirado do YouTube dois vídeos que continham calúnias, injúrias e difamações contra Alcides Bernal, candidato à prefeitura de Campo Grande pelo Partido Progressista (PP).
Por meio da assessoria de imprensa, o Google Brasil informou neste domingo (23) que apresentou recursos para reverter a decisão da Justiça de Mato Grosso do Sul que determinou a retirada do YouTube do ar por 24 horas em razão da negativa em remover vídeo do YouTube. Separadamente, o Google ingressou com pedido liminar para suspender a ordem de prisão contra um de seus executivos.
De acordo com Peron, o Google recebeu a determinação judicial para remover os vídeos e apresentou petição para que a decisão fosse reconsiderada, alegando que não se tratava de propaganda eleitoral negativa. O juiz indeferiu os pedidos e intimou a empresa para cumprir a obrigação, sob pena de prisão de seu representante legal e suspensão dos acessos dos sites do Google por 24 horas. Ainda segundo o juiz, a empresa reafirmou que não cumpriria a decisão.
Em um dos vídeos, o candidato é acusado de instigar à prática de aborto, embriaguez, lesão corporal contra menor, enriquecimento ilícito e preconceito contra os mais pobres. Segundo o juiz eleitoral, as acusações são baseadas em processos judiciais da década de 1990 que versavam sobre direito da família. A retirada do vídeo foi reivindicada pela assessoria jurídica de Alcides Bernal.
Os vídeos foram publicados no YouTube nos dias 29 e 30 de agosto. Até as 20 horas deste domingo (23), um vídeo teve 264 exibições, e o outro, 2.683 exibições.
O mandado de prisão foi enviado à Polícia Federal para que seja cumprido no local de residência do diretor da empresa. Caso o vídeo seja retirado do ar, a prisão será revogada automaticamente. A prisão foi decretada em flagrante, uma vez que a Justiça entende que o crime ainda está acontecendo.
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