Política
MP quer manter vereadores afastados
A data coincide com o prazo de 90 dias que eles devem ficar afastados das funções como legisladores
Dourados Agora
15 de Dezembro de 2010 - 17:52
Promotores de Justiça do Ministério Público Estadual ingressam na próxima semana com uma ação conjunta, solicitando a Justiça para que prorrogue o prazo de afastamento dos oito vereadores que foram presos durante operação Uragano da Polícia Federal.
O motivo da ação é evitar o clamor público, através das manifestações de revolta, como ocorridas na Câmara em setembro. Logo após as prisões, Aurélio Bonato, um dos vereadores investigados e hoje afastado, chegou a ser agredido com uma sapatada. Janelas e a porta da sede do Legislativo foram apedrejadas e destruídas.
Um mês depois, em outubro, o desembargador Rubens Bossay, do Tribunal de Justiça, afastou por 90 dias nove vereadores, além do então prefeito Ari Artuzi e o vice Carlinhos Cantor. Dos nove legisladores acusados, Sidlei Alves foi o único que renunciou ao mandato até agora. Ele, Carlinhos e Ari entregaram a carta de renúncia há 15 dias.
Com isso, os outros oito vereadores, que não abriram mão dos mandatos podem retornar a Câmara a partir do próximo dia 03. A data coincide com o prazo de 90 dias que eles devem ficar afastados das funções como legisladores.
Se isto acontecer, além de retirar os suplentes da vaga, os vereadores podem extinguir as 16 comissões processantes, criadas para cassá-los. Todo o processo então poderia correr por água abaixo.
De acordo com o Ministério Público, outra intenção de manter os vereadores afastados é garantir o julgamento da ação de improbidade, que ainda está em fase inicial. O processo pede a cassação dos políticos e a devolução de R$ 35 milhões aos cofres públicos.
Podem retornar aos cargos os vereadores: Aurélio Bonatto, Cláudio Marcelo Hall, Humberto Teixeira Júnior, José Carlos Cimatti, José Carlos de Souza, Júlio Artuzi, Marcelo Barros e Paulo Henrique Bambu.
Mesmo afastados, todos eles continuam recebendo salário. Os vereadores ganham R$ 6,6 mil. No despacho feito por meio de liminar, o desembargador aponta que o afastamento deles poderia ser prorrogado.