Política
Por enquanto, 13 candidaturas foram barradas pela Lei da Ficha Limpa em MS
Entre os candidatos barrados no pleito deste ano estão ex-prefeitos e ex-vereadores, tanto de Campo Grande quanto de vários municípios do Estado
Conjuntura On-line
28 de Setembro de 2012 - 16:00
Os efeitos da Lei da Ficha Limpa já causaram estrago, por enquanto, em 13 candidaturas em Mato Grosso do Sul, conforme informações do TRE-MS (Tribunal Regional Eleitoral) que ainda faz varredura em um calhamaço de processos que tramitam no órgão desde que a campanha foi deflagrada no Estado.
Na prática, a Lei da Ficha Limpa, uma espécie de SPC da vida pública, determina a inelegibilidade por oito anos de quem tenha sido condenado em segunda instância, tenha tido o mandato cassado, tenha renunciado para evitar a cassação do mandato ou tenha as contas rejeitadas, entre outras condições.
Na verdade, para quem ainda tinha dúvida a respeito da aplicabilidade dos dispositivos da lei agora pode acreditar que a Justiça Eleitoral tem agido com rigor, impedindo que políticos com ficha suja tentem voltar ao poder.
O TRE-MS julgou 507 recursos eleitorais que envolvem pedidos de registro de candidaturas, de um total de 517, conforme dados estimados até o dia 25 de setembro.
A Corte negou provimento a 305, deu provimento a 188 e em 14 casos houve pedido de renúncia, desistência e ou não conhecimento do recurso.
Além disso, foram interpostos 49 embargos de declaração, 4 agravos regimentais e 129 recursos para o TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Os assuntos mais comuns tratados nos recursos em registro de candidaturas foram desincompatibilização, quitação eleitoral por ausência às urnas, filiação partidária e ficha limpa.
Entre os candidatos barrados no pleito deste ano estão ex-prefeitos e ex-vereadores, tanto de Campo Grande quanto de vários municípios do Estado.
Baseado na Lei da Ficha Limpa, o TRE-MS barrou as candidaturas dos ex-prefeitos Djalma Lucas Furquim (PDT-Aparecida do Taboado); Geraldo Alves Marques (PDT-Bonito); Irimar Carvalho Costa (PR-Aral Moreira); Jair Boni Cogo (PSDB-Cassilândia), Lídio Ledesma (PDT-Iguatemi), todos que tinham sonho de administrar suas cidades em janeiro de 2013.
Entre os ex-prefeitos impedidos de concorrer às eleições de 7 de outubro, Heliomar Klabunde (PSDB-Paranhos) e Vagner Piantoni (PT-Ponta Porã) tentavam respectivamente ser candidatos a vice e a vereadores em seus domicílios eleitorais.
O TRE-MS deixou fora do pleito os candidatos à Câmara de Vereador Antônio Lisboa de Souza Junior (PT-Selvíria), Ataíde Pereira da Silva (PT-Selvíria), João Martins Coelho (PP-Costa Rica), Marcos Antônio Volpato (PP-Naviraí), Paulo Joel de Rezende (PR-Bonito) e Robson Martins (PTB-Campo Grande).
CRIMES
Em recente entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, edição de terça-feira (25), a vice-procuradora-geral eleitoral, Sandra Cureau, avaliou como impressionante como o eleitor descobre, com a Lei da Ficha Limpa, o universo dos candidatos.
Segundo ela, na maioria dos casos são de pessoas condenadas por estelionato, uma quantidade imensa de condenados por tribunais de contas por malversação de dinheiro público, afronta à Lei das Licitações, prejuízo do Erário em benefício próprio e também condenados por crimes.
A Ficha Limpa deu a chance de conhecermos quem são essas pessoas e por que querem um cargo público. Por exemplo, por que um traficante condenado concorre a uma vaga de vereador? Qual a sua intenção? Tinha um candidato na Baixada Fluminense que responde a 48 processos. Outro em Belfort Roxo tinha 29, opinou.
Matéria alterada às 15h04 para acréscimo de informações