PPS pede cassação de oito vereadores

O PPS oficializou ontem na Câmara de Vereadores o pedido de cassação de todos os vereadores pre-sos na Operação Uragano da Polícia Federal, com exceção de Sidlei Alves (DEM), que já renunciou ao mandato. Com isso, oito pedidos individuais para cada parlamentar foi protocolado. Se houver a cassação dos titulares, que estão afasta-dos por determinação judicial, o partido oficializa o mandato de Walter Hora (PPS), suplente de Zezinho da Farmácia (PSDB).

Ao O PROGRESSO, o presidente do partido, Anivaldo Evangelista Santana, diz que os motivos para o pedido são outros. Segundo ele, trata-se de uma reivindicação da população, que cobra renovação não só no Executivo, mas também no Legislativo. “É uma forma de garantir credibilidade aos trabalhos da Câmara, tendo em vista que vencendo o prazo de 90 dias de afastamento dos vereadores titulares, eles podem voltar aos cargos, o que poderia gerar situações de conflito com a população, como vimos este ano”, ressalta.

O presidente disse ainda que a iniciativa também atende um pedido de entidades ligadas ao Comitê de Defesa Popu-lar, que há um mês acionaram a mesa diretora e os partidos para pedir a cassação dos vereadores. O argumento do partido é que os parlamentares denunciados maculam a moralidade pública, o decoro e a boa con-duta. O pedido de cassação que será apresentado pelo PPS por falta de decoro parlamentar, está baseada nos documentos das investigações realizada pela PF e nos processos que estão em andamento na Justiça do Estado.

Segundo Anivaldo, outros partidos políticos devem se manifestar a respeito do. Os pedidos de cassação são direcio-nados aos vereadores: Humberto Teixeira Júnior, José Carlos Cimatti, Zezinho da Farmácia, Paulo Henrique Bambu, Júlio Artuzi, Aurélio Bonatto, Marcelo Barros e Marcelo Hall. Sidlei Alves, foi preso, mas já renunciou ao mandato.

CÂMARA

De acordo com o procurador jurídico da Câmara de Vereadores, Alexandre Magno, como os pedidos são individuais, o Legislativo terá que montar oito comissões processantes, caso sejam aprovados. Alexandre não confirmou se a votação dos pedidos vai acontecer na sessão da próxima segunda-feira, como determina o Regimento Interno. Segundo ele, mui-tas são as demandas na Casa, como votação sobre o orçamento e projetos de lei que precisam ser despachados. Ele escla-receu que mesmo com a Câmara em recesso a partir do dia 20, as comissões, caso instaladas não param.

COMITÊ

O presidente do Comitê de Defesa Popular Ronaldo Ferreira, explica que vem buscando uma forma de incluir a po-pulação nos pedidos de cassação. “Queremos achar uma forma da própria comunidade ter legitimidade para pedir a cas-sação dos vereadores e não só depender apenas da mesa diretora ou dos partidos”, explica.

Segundo ele, por causa disso, os representantes do PT, PR, DEM, PMDB, PDT e PRB foram acionados a pedir a cas-sação de seus representantes no legislativo. “Queremos saber se os presos da Uragano vão continuar tendo credibilidade e sendo apoiados nestes partidos”, desafia.