Política
Presidência da Câmara já tem 3 pré-candidatos em busca do apoio dos vereadores eleitos
Flávio Paes/Região News
06 de Dezembro de 2020 - 20:04
Embora os vereadores sequer tenham sido diplomados, é intensa a movimentação nos bastidores políticos com sondagens e propostas de aliança visando a escolha da Mesa Diretora. Três pré-candidatos, o atual presidente, Carlos Henrique, o vereador reeleito Cledinaldo Cotócio e a vereadora eleita Joana Michalski, representada pela direção municipal do partido, o PSB, tem trabalhado de forma mais ostensiva, embora a definição, como tradicionalmente ocorre na eleição de Mesa Diretora, é obtida horas antes da votação.
Diante da perspectiva de a cidade ter eleição suplementar, se o TSE mantiver o indeferimento da candidatura de Daltro Fiúza, o mais votado nas urnas, o cargo passou a ser estratégico para os dois grupos que polarizam a disputa do Executivo, MDB e PSDB. Assim como foi em 2013, quando Ari Basso foi eleito em eleição suplementar, ter um aliado como prefeito interino (na época foi o tucano Ilson Peres, escolhido presidente da Câmara) pode fazer a diferença no resultado do embate eleitoral.
Embora tenha eleito 8 dos 15 vereadores, os partidos que estiveram no palanque do PSDB, não tem a garantia de eleger o futuro presidente porque o grupo está longe de ter um nome de consenso. Carlos Henrique e Cledinaldo Cotócio se apresentam como candidatos. Em favor deles conta o fato dos outros seis eleitos serem estreantes que não parecem animados com a perspectiva de logo de cara, terem a responsabilidade de assumir o comando da Prefeitura ainda que de forma interina.
Não é um desafio pequeno, para quem praticamente desconhece as prerrogativas e o papel do vereador. Como montar uma equipe de secretários que pode ficar no cargo no máximo 90 dias, com todas as implicações legais e responsabilidades inerentes a quem vai exercer a função de ordenador de despesa. Tanto Carlos Henrique, quanto Cledinaldo, parecem dispostos a enfrentar o desafio com todos os riscos que a empreitada pode ensejar o futuro político deles. “O Peres até hoje responde a questionamentos na Justiça por conta do período de interinidade como prefeito”, lembra um dos futuros vereadores, numa alusão ao ex-vereador Ilson Peres, eleito presidente da Câmara em janeiro de 2013 e prefeito interino por 90 dias até a posse de Ari Basso, eleito em eleição suplementar.
Um dos vereadores novatos que repensaram a vontade inicial de ser presidente, foi o empresário Ademir Gabardo, o mais votado na chapa tucana. Embora tenha se filiado ao PSDB a convite do candidato a prefeito, Enelvo Felini, Gabardo, se coloca numa posição de independência, já que na sua campanha, só contou mesmo com suporte dos filhos e se sentiu abandonado pela direção do partido.
Segundo o presidente do diretório municipal do PSB, Gilmar Antunes, os três vereadores eleitos pelo partido (Joana Michalski, Eliel Vaz e Cleyton Martins), firmaram o compromisso de marchar juntos no processo. Quem conseguir atrair votos fora do grupo, terá o apoio dos outros dois integrantes da bancada. Há conversas adiantadas para que Sandro Luiz Gonzáles, do PSD se junte ao grupo e tem boas chances, do alinhamento de outros dois vereadores eleitos pelo MDB, Cristina Fiúza e Adavilton Brandão.
Neste contexto, o candidato do grupo teria seis votos, precisaria atrair o apoio de pelo menos um dos vereadores eleitos no grupo da coligação do PSDB. O sétimo voto poderia ser de outro novato, Izaqueu de Souza Diniz, que só tem uma posição definida: não vota em Cledinaldo Cotócio para presidente. Logo após a eleição ele esteve com o candidato do MDB, Daltro Fiúza, mas também prestigiou o churrasco oferecido por Enelvo Felini para os vereadores eleitos e candidatos da sua coligação. O professor Gilson Galdino, do Rede, na primeira reunião dos 8 vereadores eleitos na coligação de Enelvo, admitiu que teria dificuldade para justificar aos seus eleitores, o voto em Cledinaldo ou Carlos Henrique para presidente.
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