Política
Zeca diz que PT não sairá do governo: 'Fomos convidados, se quiserem, que nos tirem
O PT se reúne hoje para discutir o posicionamento do governador.
Investiga MS
07 de Abril de 2025 - 15:45

O deputado estadual Zeca do PT é contra a saída do partido da base de sustentação do governador Eduardo Riedel na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul. Após Pedro Kemp (PT) e Gleice Jane (PT) declararem que o PT deveria sair do governo, Zeca disse à reportagem que pensa diferente.
O ex-governador criticou a fala de Riedel, defendendo anistia aos presos pela invasão aos poderes em 8 de janeiro de 2023. Ele disse que a fala justifica até o fato de manifestantes terem ficado por muitos meses em frente ao quartel na Capital. “Começo a entender porque ninguém fez nada aqui para tirar aqueles baderneiros da frente do quartel, porque estava todo mundo conivente”, criticou.
Apesar de ser contrário ao pensamento de Riedel, o deputado não é favorável à saída do governo. “Não estamos lá a pedido. Ele nos ofereceu, reconhecendo o papel que o PT teve na eleição dele. Se não fosse o apoio do PT, explicitamente meu e do deputado Vander, ele não ganhava do pior, que era o candidato do Bolsonaro, o tal do Contar. Portanto, é um reconhecimento e não temos que abrir mão disso. Ele, se quiser, que nos tire”, declarou.
O ex-deputado diz que o partido não está no governo para servir o governador, mas atender parte do eleitorado petista. “Nós não estamos lá a serviço do governo do Riedel. Estamos lá a serviço da agricultura familiar, dos indígenas, que precisam de dignidade e respeito, quilombolas, que precisam de dignidade e respeito, e do progresso e desenvolvimento da agricultura familiar e reforma agrária. Por isso, estamos lá e temos que ficar”, concluiu.
O PT se reúne nesta segunda-feira para discutir o posicionamento do governador Eduardo Riedel, que no fim de semana declarou ser favorável à anistia.
“Tenho conversado recentemente com o governador Tarcísio (governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas), a senadora Tereza Cristina, entre outros líderes do nosso país, a fim de defender uma revisão da dosimetria de penalizações sobre os acusados do 8/1. Considero necessário aprovar uma anistia, que em muitos casos também tem caráter humanitário”, iniciou Riedel na rede social.
O governador disse ainda que, do ponto de vista dele, não dá para julgar e penalizar com a mesma régua o que é completamente diferente.
“Do ponto de vista político, acredito que o Congresso Nacional tem obrigação de votar a matéria, considerando-a inclusive como um passo imprescindível para a pacificação do país. Não dá pra errar de novo e no mesmo lugar: tentar reparar eventuais excessos cometidos naquele momento com excessos do atual momento”, comentou.
Riedel continuou o texto falando em olhar para frente e se afastar da guerra política e confronto ideológico.
“Temos de olhar para a frente e nos afastarmos da guerra política e dos confrontos ideológicos para reunir forças e fazer o verdadeiro enfrentamento dos problemas nacionais gigantescos, que estão à espera de novas ideias, uma agenda mais realista e com coragem para fazer o que precisa ser feito. Ou seja, cuidar da agenda do Brasil real, do Brasil verdadeiro. É nisso que eu acredito. E percebo que este é o sentimento de todo o nosso país”, postou.